Por Rodrigo Romano
Foi divulgado recentemente através da consultoria Sports Value um estudo sobre as receitas dos clubes com transferências de atletas no futebol brasileiro. A pesquisa utiliza como período analisado os últimos 20 anos, de 2003 até 2023, e traz alguns insights importantes que veremos a seguir. Além disso, são considerados 20 times para o estudo, com aqueles de maior presença na série A compondo a base de investigados.
Os principais clubes brasileiros movimentaram entre 2003 e 2023 um total de R$ 23,7 bilhões em transferências. A média anual foi de R$ 1,1 bi por ano. Nos últimos 6 anos, clubes brasileiros geraram R$ 10,8 bilhões em transferências. Nesse período mais recente a média anual saltou para R$ 1,8 bi por ano. Esses valores mostram a relevância desta fonte de receita para os clubes brasileiros, enquanto no Deloitte Football Money League ela não é nem utilizada.
Outro ponto que vale citar aqui antes de falarmos dos clubes é do papel do Executivo de Futebol na geração deste tipo de receita. O profissional tem a função de se relacionar com os executivos das categorias de base, auxiliando no processo de transição de atletas da base para o profissional. Além disso, o Executivo deve buscar oportunidades, juntamente com o departamento mercado, para venda de atletas, não só aqueles que surgiram nas categorias de base, sem prejudicar o clube esportivamente.
É analisando individualmente os líderes do ranking acima que podemos tirar algumas conclusões. O São Paulo lidera a lista, com R$ 2,7 bilhões arrecadados na venda de atletas. Isso demonstra a capacidade do clube revelar atletas, utilizando a estrutura de Cotia para construir esse processo.
Na segunda posição está o Internacional, com o montante de R$ 2,3 bilhões. O ponto a se observar aqui é na relação com o gráfico seguinte, que diminui o período analisado para os últimos seis anos do período inicial. O clube gaúcho cai para a oitava posição, com novos protagonistas assumindo o topo deste mercado.
Fechando o nosso pódio, está o Corinthians, com a venda de R$ 2,2 bilhões. O clube paulista possui uma categoria de base forte ao longo dos anos, sendo o maior campeão da Copa São Paulo de Futebol Júnior da história. Recentemente, atletas revelados no clube tendo papel importante na seleção sub-20 do Brasil, que conquistou o Sul-Americano da categoria.
Na quarta posição está o Flamengo, com R$ 2,0 bilhões arrecadados. O clube carioca apresentou uma mudança importante na sua relação com as categorias de base no período mais recente, sendo inclusive o líder no recorte mais recente utilizado abaixo. Nomes como Vinicius Junior, Paquetá e Reinier ajudam a compor a lista. A organização na gestão do Flamengo afetou todas as áreas do clube a partir de 2013, com as categorias de base funcionando como fonte de receitas importante para impulsionar o rubro-negro para grandes conquistas.
No top 5, o Santos. Todos sabem da qualidade das categorias de base do Santos, com receita de R$ 1,8 bilhões. No entanto, o mais importante para que o clube transforme suas promessas em realidade esportiva e financeira é a cultura presente no Santos. No clube paulista a transição da base para o profissional é muito mais tranquila, com menos pressão para que os jovens resolvam a situação dentro de campo. Assim, este atletas conseguem se desenvolver da melhor forma e render para o clube.
Para fechar a lista desse vídeo, o Palmeiras, também com R$ 1,8 bilhões. O clube paulista também reformulou sua estratégia como clube a partir de 2015, dando prioridade para a revelação de atletas. A partir do trabalho de nomes como Cícero Souza e João Paulo Sampaio, o clube passou a ter mais nomes convocados para as seleções de base e disputar mais finais de torneios, conquistando inclusive a Copa São Paulo pela primeira vez em 2022.
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Texto de Rodrigo Romano