Antes dada como certa, a renovação do contrato de Gustavo Gómez com o Palmeiras está emperrada. O motivo para que a negociação travessa foi o reajuste pedido pelos empresários do zagueiro. O Palmeiras alega que aumentou os vencimentos do jogador o quanto pôde, mas argumentou que a pandemia do novo coronavírus afetou as finanças do clube e por isso o aumento não foi maior. Descontentes com a postura do Alviverde, os empresários do jogador cogitam acionar o Palmeiras pedindo a liberação de Gómez.
“Sem contrato o atleta ficará livre para assinar com outro clube”, sentencia o advogado especialista e direito trabalhista e desportivo Domingos Zainaghi. Gómez chegou ao Palmeiras em 2018 vindo por empréstimo do Milan-ITA por um ano e com custo de 1,5 milhão de euros. Para não ter de pagar todo o valor de imediato, estimado em 5,5 milhões de euros, o Palmeiras costurou um acordo que previa uma sucessão de empréstimos entre os clubes. O vínculo que venceu no mês passado foi o último e seria renovado com a contratação em definitivo de Gómez pelo Palmeiras até 2024.
Sem contrato assinado, o Palmeiras não pode inscrever o paraguaio na fase final do Campeonato Paulista. O prazo para inscrever jogadores no torneio vence nesta terça-feira (28) e se Gómez não for inscrito não poderá estar em campo contra o Santo André, no primeiro mata-mata do torneio e não poderá jogar o restante do Paulistão.
Procurado, André Sica, um dos advogados do Palmeiras, disse que o “caso está sob controle e que não será discutido pela imprensa”. O clube alega ter um pré-contrato com Gómez, o que seria uma garantia. Especialistas avaliam que esse acordo, mesmo que esteja assinado, só vale na questão financeira.
“Em princípio, somente estando o contrato em vigor ele poderá ser registrado. E o contrato só se efetiva com a aceitação de ambas as partes. Portanto, penso que só com o entendimento das partes que haverá o registro, pois até agora o contrato não está assinado, portanto em vigor”, pontua o juiz do trabalho Ricardo Miguel.
Assim, restaria ao clube paulista ir os tribunais buscar reparação por ficar sem o zagueiro paraguaio.
“O Palmeiras poderá pleitear a cláusula indenizatória se de fato houver esta previsão do compromisso”, afirmou o advogado trabalhista Maurício Côrrea da Veiga.
O caso poderia ser levado pelo Alviverde até a Fifa e poderia ser julgado da mesma forma com que a entidade analisou o imbróglio entre o atacante Rony, hoje no Palmeiras, e o Albirex Niigata-JAP.
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