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A banalização do jogo: O aumento desnecessário de seleções na Copa do Mundo

O mundo do futebol está prestes a atravessar mais uma mudança que questiona os princípios fundamentais do esporte mais popular do planeta. O recente anúncio de que a Copa do Mundo aumentará o número de seleções de 32 para 48 é um reflexo da ganância crescente que permeia a indústria e da busca por votos das Federações Nacionais para se manter no poder.

Essa medida, justificada como ampliação a representatividade global, está na verdade minando a qualidade e a essência da competição.

A Copa do Mundo sempre foi um torneio de elite, reunindo as melhores seleções do mundo em uma batalha pela supremacia esportiva. No entanto, com a expansão desmedida, o torneio corre o risco de se tornar uma mera sombra de sua antiga glória.

A qualidade do futebol jogado inevitavelmente sofrerá com a inclusão de equipes menos qualificadas, resultando em partidas de baixo nível técnico e táticas ultrapassadas.

A última Copa do Mundo, no Catar, tinha 32 Seleções e houve vários jogos de baixissimo índice técnico.

Além disso, o aumento no número de seleções também terá um impacto negativo na gestão do calendário esportivo.

Já sobrecarregados por uma agenda intensa, os jogadores enfrentarão ainda mais pressão física e mental. Isso, por sua vez, pode levar a lesões mais frequentes e a uma diminuição do padrão de jogo, prejudicando a experiência dos espectadores e a integridade do espetáculo.

Ao invés de almejar uma inclusão quantitativa, os órgãos reguladores do futebol deveriam focar na melhoria qualitativa do esporte.

Investir em desenvolvimento de base, infraestrutura e formação de talentos é fundamental para garantir que as seleções participantes sejam verdadeiramente competitivas.

Apenas dessa forma, a Copa do Mundo manterá sua aura especial, reunindo as verdadeiras forças do futebol mundial em uma disputa de alto nível.

A tudo isso soma-se o fato de haver a possibilidade das Seleções serem divididas em grupos de 12 grupos de 4 seleções, classificando-se as duas primeiras colocadas e 8 terceiros colocados.

Ou seja, nem a emoção da última rodada da fase de grupos será mantida, eis que mais da metade das Seleções se classificará.

Em última análise, o aumento do número de seleções na Copa do Mundo é um sintoma preocupante da comercialização excessiva do esporte.

A busca por poder, lucros e audiência não pode sobrepujar os valores e a excelência que sempre foram associados ao futebol. É crucial que a comunidade esportiva rejeite essa expansão desmedida e preserve a integridade e a qualidade da competição que cativou o mundo por décadas.

Há um grande risco do tiro sair pela culatra e a Copa do Mundo, já ameaçada pela Champions, perder valor e espaço.

Crédito imagem: Getty Images

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