Search
Close this search box.

A comunidade do esporte eletrônico precisa ser mais ativa e menos reativa

Como explorado no eSports Legal na última semana, foi lançada a Frente Parlamentar em Prol dos Esportes eletrônicos e Games (FPEG), sob a coordenação do Deputado Federal Coronel Chrisóstomo (PSL-RO).

Este autor esteve no lançamento e participou de um dos painéis na frente, porém sobra o descontentamento com alguns dos posicionamentos externados na oportunidade.

Função de uma Frente Parlamentar

Uma frente parlamentar existe para que os parlamentares possam entender melhor de um assunto e as medidas legislativas sejam mais efetivas e justas.

A frente parlamentar, portanto, tem a incumbência de convidar para serem ouvidos aqueles que entendem do mercado dos games e do esporte eletrônico de forma democrática, para que os projetos de leis sejam criados – ou emendados – em sintonia com o que o mercado precisa.

Apesar de realmente ter feito convite a figuras conhecidas do cenário esportivo eletrônico, algumas delas se negaram a participar do evento, com receio que sua participação tenha segunda intenções.

É o caso da empreendedora Nicolle “Cherrygumms” Merhy, que cancelou a sua ida ao lançamento da frente, “uma vez que a vontade da minha presença por essa Frente é justamente usar a minha imagem e voz para propagar ideias que são maléficos para o nosso esporte eletrônico.”

Thread: https://twitter.com/Cherrygumms/status/1234451339847127040

É compreensível – e louvável – o posicionamento cauteloso da ex-jogadora, pois como foi exposto no eSports Legal da última semana, os comentários feitos pelo Coronel Chrisóstomo nas audiências públicas no Senado no condão do PLS 383/2017 foram descabidos.

O (lamentável) discurso do coordenador da Frente

Apesar de ter estudado o tema, o Coronel continua com claro desconhecimento da matéria, e os comentários feitos durante o evento e em entrevista para a TV Câmara foram tão infelizes quanto aqueles que foram feitos nas audiências públicas no Senado no condão do PLS 383/2017.

Carregada de desinformação, a intenção do coordenador da frente parece ser apenas de agradar o seu eleitorado, falando de família, violência e sexualidade, o que se traduz na intenção de controlar os jogos e seu conteúdo, algo que não agrada a comunidade gamer no geral.

 A comunidade do eSport precisa ser mais ativa e menos reativa

Em todas as movimentações do poder legislativo, seja na proposição de projetos de leis estaduais, na PLS 383/2017 ou na criação dessa frente parlamentar, foi possível observar uma reação muito forte vinda da comunidade gamer: clubes, desenvolvedoras, atletas e fãs.

A reação é justa, uma vez que as propostas e discussões não refletem em nada o interesse dessas pessoas.

Porém coisa que todas essas movimentações legislativas tiveram em comum é que nenhuma delas foi provocada ou iniciativa dessa comunidade, todas foram proposições de parlamentares ligados a alguma confederação, como a CBDEL, que é repudiada no cenário esportivo eletrônico.

A regulamentação é necessária e virá, principalmente diante do volume crescente de demandas judiciais pleiteadas em razão de conflitos nas relações jurídicas estabelecidas nesse meio.

Cabe aos participantes legítimos dessa comunidade tomar a iniciativa, e não apenas reagir.

Compartilhe

Você pode gostar

Assine nossa newsletter

Toda sexta você receberá no seu e-mail os destaques da semana e as novidades do mundo do direito esportivo.