Tem rodada e sempre tem gente apontando o dedo acusando o VAR. E, de novo, neste fim de semana ele não tem nada a ver com as bobagens dos outros; no caso, dos árbitros.
E isso é regra. Não é opinião.
Ao lance. No clássico do Maracanã, bandeirinha (auxiliar) não faz o próprio trabalho. Ele não marca impedimento e deixa lance seguir. Na sequência da jogada, sai uma falta, e dela o gol do Flamengo. Sério, o que o VAR tem a ver com isso? Mais uma vez o que se viu foi a arbitragem esquecendo seu papel de protagonista e entregando a responsabilidade do jogo pro pessoal da cabine.
A regra do jogo é absoluta. No artigo 5, ela diz que o árbitro deve “tomar suas decisões com o máximo de sua capacidade, de acordo com as regras e o ‘espírito do jogo’, segundo sua opinião”. Ou seja, árbitro tem poder discricionário para decidir conforme suas convicções.
O problema TODO está aí.
Árbitros estão abrindo mão das convicções e usando VAR como escudo, numa decisão compartilhada. Não foi só na decisão do Rio, é algo que está sendo visto ao longo da pequena e polêmica temporada. Árbitro marca lance e corre pra conferir o que o pessoal da cabine viu. E, mesmo sendo lance interpretativo, muitas vezes muda de decisão.
Já falamos por aqui sobre a falta de convicção dos árbitros e de transparência nas decisões coletivas, inclusive trazendo a palavra do especialista Guilherme Ceretta. Por que não liberar a conversa entre a arbitragem?
Vamos voltar à regra do jogo.
“As decisões originais tomadas pelos árbitros não mudarão, a menos que a revisão de vídeo claramente mostre que a decisão foi ‘um erro claro e óbvio'”.
Ou seja, o árbitro pode acreditar nele! A regra permite. Acredite em você, amigo árbitro.
O árbitro poderá usar o Árbitro Assistente de Vídeo em lances que NÃO são interpretativos e não precisam ser revistos muitas vezes: falta, pênalti, erro de identificação de jogador, são exemplos de momentos em que o árbitro não precisa nem sequer revisar o que foi apontado e confirmar o que foi dito pelo VAR.
O VAR veio pra ficar. Ele é um instrumento a serviço da legalidade no jogo. Ele vai acabar com erros absurdos que manchavam conquistas. A tecnologia nos ajuda em muita coisa do nosso dia a dia; não querer que ela participe do nosso jogo é um desserviço.
O VAR só quer ajudar. A todos do futebol, principalmente a você, árbitro. Não atrapalhe o trabalho dele, nem o seu. Acredite no seu trabalho; e quando a regra permitir, o VAR estará ali pra ajudar.