Uma academia de futebol, via de regra, é uma estrutura organizada para desenvolver jovens futebolistas. Pode-se dizer que é uma escola de treinamentos que visa ensinar jovens atletas a jogar futebol de acordo com os padrões do clube em questão. Vejam os exemplos de grandes clubes europeus tais como o Barcelona e o Ajax, cujas academias são tidas por muitos como as melhores do mundo.
A grande maioria dos times da elite do futebol europeu conta com uma academia para preparar jovens talentos para comporem seus plantéis (ou para uma futura transferência entre clubes visando assim uma receita significativa para o clube formador). Enquanto o sistema de formação de atletas é bastante semelhante nos países europeus, nos EUA se dá de forma fundamentalmente diferente: jogadores são contratados depois de passarem pelos vários programas das universidades americanas (ou seja, têm curso superior).
Na Inglaterra, esse tema é tratado com a devida importância. Os clubes se certificam de que seus jogadores sub-9 joguem apenas nas suas academias. Assim, “contratam” vários jogadores nessa faixa etária na esperança de descobrirem um novo superstar. Atualmente os clubes ingleses podem recrutar jogadores de todo o território nacional (e não só por regiões delimitadas, como se dava antes).
Entre os 9 e 16 anos, os atletas assinam um contrato com a academia do clube, que pode ser renovado a cada um ou dois anos, dependendo do desempenho do atleta. Enquanto cada academia tem sua própria estrutura, em geral, a rotina de treinamentos e atividade dos atletas envolve o seguinte:
• Treinam duas vezes por semana: agilidade, técnica e estratégia;
• Nos finais de semana (normalmente aos domingos), jogam contra outras academias de clubes rivais;
• Jogam até 28 partidas por temporada;
• Nas partidas para atletas dos grupos sub-10 e sub-11, as equipes são compostas de 8 jogadores para cada lado. Para os grupos sub-12 a sub-16, 11 jogadores para cada lado;
• Os atletas têm lição de casa: treinamentos que devem ser feitos fora dos horários da academia;
• Os pais dos atletas recebem treinamento sobre nutrição e preparação psicológica; e
• Os clubes têm comunicação frequente com as escolas dos atletas, para certificar que estão se desenvolvendo também nos estudos e que participem de outros esportes, para fortalecerem a musculatura.
A partir dos 16 anos, a academia pode decidir fazer uma oferta para o atleta ingressar no seu youth training scheme, que é quando é oferecido um contrato de aprendizagem, permitindo ao atleta combinar treinamentos do futebol profissional com estudos. Nessa etapa, os atletas recebem salário e acomodação oferecida pelo clube. Porém, os atletas devem continuar com seus estudos em escolas próximas ao clube e continuar com suas funções no clube, que podem ser até mesmo na lavanderia (auxiliando o roupeiro).
Durante essa etapa, o desenvolvimento dos atletas é monitorado constantemente, e, para os bem-sucedidos, contratos profissionais são oferecidos, para integrarem o plantel do clube. Como poucos desses atletas chegam diretamente ao time principal (são titulares), é muito comum jogarem nas equipes sub-23 do clube formador ou serem emprestados para clubes de divisões mais baixas.
Como podem ver, não parece ter sido por acaso o “sucesso” da seleção inglesa na última Copa do Mundo (melhor colocação desde a Copa de 1990).