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Accountability – quanto mais transparência, melhor

Sport e Internacional foram duramente criticados recentemente. Não as gestões passadas, que, como iremos ver, apresentaram graves erros de gestão. Mas as novas. E foram criticadas internamente, por conselheiros e associados, por fazerem a coisa certa: apresentar contas, informar associado e conselheiros do sobre como o clube foi e está sendo administrado.

Cada vez mais o futebol brasileiro (mídia, torcidas e patrocinadores) vem cobrando dos gestores esportivos administrações mais comprometidas com as instituições, que sejam transparentes quanto às práticas e que informem das reais situações em que os clubes se encontram. Por isso, prestações de contas fidedignas são fundamentais para que a opinião pública consiga entender o cenário real que a instituição está vivendo e para que o clube cumpra o compromisso de transparência.

Também conhecida como accountability, a prestação de contas é uma importante contribuição para a transparência e responsabilidades de uma organização, pois apresenta, a todos os envolvidos, a situação administrativa, política, jurídica, eleitoral e, principalmente, financeira da instituição.

Novas gestões estão colocando em prática essa ferramenta de conformidade em seus clubes. Essa importante atitude mostra, não só para os órgãos reguladores, mas também para toda a sociedade, o que está sendo feito e como os novos projetos estão seguindo.

Agora, não é fácil colocá-las em prática.

Um dos maiores clubes do Nordeste está com grandes problemas. O Sport Clube do Recife, segundo informado por dirigentes do clube, divulgará neste mês de abril o relatório final da auditoria que foi realizada na instituição. Milton Bivar, atual presidente da instituição, comprometido em reorganizar o clube, providenciou a investigação interna e tornará pública a real situação do Sport.

Herdeiro de uma situação extremamente complicada oriunda das gestões anteriores, o clube pernambucano está decidido a apresentar aos seus sócios, patrocinadores, credores e torcedores a situação financeira da instituição.

Rebaixado para a série B do Campeonato Brasileiro e fora da Copa do Nordeste, o clube rubro-negro de Pernambuco com menos receitas em 2019 também conta com uma dívida que já ultrapassou os R$ 100 milhões. Esse pesadelo vivido pelos novos responsáveis pelo clube ainda pode ser maior, pois os números divulgados foram antes de a investigação interna do clube ser concluída.

No olho do furacão, a atual gestão, que teve a campanha eleitoral baseada em projetos de conformidade e transparência, vem colocando em prática o prometido. Vem sobrevivendo com pouco, renegociando dívidas e precisando manter-se focada também com parte de seus próprios torcedores criticando a exposição.

Situação semelhante viveu o Internacional de Porto Alegre.

Após a gestão do biênio 2015/2016 do Sport Club Internacional, presidida por Vitório Piffero, investigações internas foram realizadas no clube após denúncias de dirigentes do Inter por inconsistências financeiras na instituição.

Em busca da verdade, a atual gestão do clube, presidida por Marcelo Medeiros, promoveu auditorias que comprovaram as denúncias feitas e constataram irregularidades que superaram R$ 10 milhões. O Ministério Público do RS investiga a participação de pelo menos seis cartolas do clube gaúcho envolvidos e mais de 20 mandados de busca e apreensão por conta das irregularidades.

Muito criticada por expor o clube dessa forma, a gestão que recentemente foi reeleita continua mantendo o comprometimento – com seus sócios, parceiros e torcedores – de transparência e ética.

Essa satisfação é essencial para uma maior confiança e apoio de todos os envolvidos. O dever de refletir a verdade e tornar a administração dos clubes exemplar torna cada vez mais interessante que as gestões venham a ser transparentes e realmente comprometidas com ética.

Doa a quem dor, as feridas precisam ser expostas para que os problemas sejam efetivamente resolvidos e administradores comprovadamente envolvidos nos casos de corrupção sejam punidos.

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