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Adiamento de Tóquio 2020 por causa do coronavírus dá esperança para Rússia

A pandemia do coronavírus não poupará ninguém do esporte. Os jogos foram suspensos, atletas e torcedores foram para casa e a indústria do esporte parou. Até a Olimpíada, que só não aconteceu por causa das grandes guerras foi adiada. E esse adiamento devolve uma esperança perdida que pela Rússia, a de participar do principal evento esportivo do planeta.

No dia 9 de dezembro, a Agência Mundial Antidopagem (WADA) castigou a Rússia. Por causa de um esquema estatal de dopagem, agravado pela falta de ajuda nas investigações, a Agência decidiu por unanimidade que país seja excluído dos Jogos Olímpicos de Verão em Tóquio, que seria nesse ano, e dos Jogos de Inverno, em Pequim 2022.

Segundo a investigação, o esquema estatal de doping abrangeu, entre outros eventos, os Jogos Olímpicos de Londres 2012 e Sochi 2014 (inverno), as Universíadas e os Mundiais de atletismo de 2013.

Com o adiamento dos jogos de Tóquio para 2021, o ministro russo do esporte afirmou na semana passada que as autoridades internacionais devem “virar a página” e anular o castigo imposto ao país de exclusão dos Jogos.

“O mundo está parado, está isolado, está em casa. Agora, existem outras prioridades e há problemas que passam para segundo plano. A prioridade é o futuro do movimento olímpico e esta sanção prejudica muito isso. É altura de virar a página e a Rússia está disponível para receber e organizar vários eventos internacionais quando isto tudo terminar”, disse Oleg Matytsin.

Com a nova data para os jogos, a Rússia ganha tempo para defesa, mas segue em situação complicada. A comprovação do esquema de doping ficou clara, a a falta de colaboração do país também foi comprovada. Além disso, a punição por doping tem dois princípios importantes. O primeiro é o do jogo limpo, que garante a igualdade entre os competidores. Outro, a função pedagógica, se pune para dar o exemplo daquilo que não é tolerado pelo movimento esportivo.

A Rússia já recorreu da decisão da WADA ao Tribunal Arbitral do Esporte (TAS), o julgamento estava previsto para o final de abril. Em março, o TAS se manifestou sobre o caso.

O Tribunal anunciou que a audiência de apelação não será ouvida em público com a alegação de que “não existe um acordo entre todas as partes envolvidas”.

A WADA queria que a audiência fosse pública.

Entenda o caso

Em setembro de 2019, a WADA abriu um procedimento formal de conformidade após a descoberta de “inconsistências” nos dados fornecidos pela agência de dopagem do país, a Rusada. A WADA deu à Rússia três semanas para explicar. Como resultado, os atletas russos ficaram de fora do Campeonato Mundial de Atletismo em Doha pelo órgão governamental do esporte, a IAAF.

A determinação da Agência Mundial para ter acesso aos dados armazenados no laboratório russo estava entre as principais condições para o fim da suspensão da Rusada pela política de doping coletivo, mas as promessas não foram cumpridas. E, para complicar ainda mais, depois foi descoberto que os dados entregues para a agência antidoping foram manipulados, prejudicando as amostras e fazendo com que novos casos de doping baseados nos dados fossem descobertos.

Os atletas que puderem provar que não estão contaminados pelo escândalo de doping poderão competir quando os eventos internacionais forem retomados sob uma bandeira neutra.

Um total de 168 atletas russos competiu sob uma bandeira neutra nos Jogos Olímpicos de Inverno de 2018 em Pyeongchang depois que o país foi banido após os Jogos de 2014, sediados em Sochi. Os atletas russos conquistaram 33 medalhas em Sochi, 13 das quais eram de ouro.

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