Search
Close this search box.

Afrogames: o projeto social dos esportes eletrônicos pode estar em risco

Assim como no esporte tradicional, o eSport não é apenas aquilo que acontece dentro das partidas dos grandes campeonatos.

A utilização do eSport para o ensino e engrandecimento do ser humano é uma realidade, além de ser a oportunidade de jovens talentosos terem uma vida digna.

Ser jogador profissional de um esporte eletrônico é um sonho de milhares de crianças, jovens e até adultos, mas nem toda modalidade é democrática quando se trata dos equipamentos básicos necessários para sua prática.

Além disso, o conteúdo para estudo do jogo é, em sua grande maioria, na língua inglesa.

Para derrubar a barreira social e linguística, foi criada a Afrogames, um centro de eSports e games localizado em uma favela no Rio de Janeiro.

O Afrogames

Idealizado pelo AfroReggae, o projeto AfroGames foi inaugurado em maio de 2019 e não tem como objetivo apenas o treinamento de jogadores profissionais de esportes eletrônicos.

A estrutura montada em Vigário Geral, no Centro Cultural Waly Salomão, visa formar também profissionais da indústria dos games dentro da comunidade. O intuito é facilitar que jovens da favela tenham acesso a equipamentos profissionais e capacitá-los para que atuem no mercado de games e de eSports.

Os cursos oferecidos pela Afrogames giram em torno do treinamento em eSports, programação de jogos e produção musical para games. Além disso todos os inscritos têm direito a aulas de inglês, alimentação e uniforme.

 

Crise econômica, falta de patrocínio e circuito desafiante

Por conta da crise econômica que assola o país, os investidores do projeto não renovaram o patrocínio no início do ano.

No final do ano, a Afrogames havia anunciado um time de League of Legends para competir por uma vaga no circuito desafiante, que é a “segunda divisão” da modalidade. Os integrantes do time seriam remunerados para treinar e competir.

“Um trabalho remunerado na área de e-sports teria um grande impacto na comunidade”, disse Ricardo Chantilly, um dos realizadores da Afrogames.

Com a falta de investimento, os planos e o projeto como um todo podem ser frustrados.

“Melhor ficar aqui (jogando games) do que ficar na rua vendo coisa errada. A parada é complicada. Só quem está aqui dentro dá para ver a realidade que a gente vive.” – Daniel “Messi” Felipe, de 18 anos

Maturação do produto

Vincular uma marca com a Afrogames e explorar esse vínculo é uma dupla vitória.

Primeiro porque demonstra a preocupação da marca com a desigualdade social, gerando só aí uma identificação com o público.

Segundo porque trará o rejuvenescimento da marca por estar vinculada aos games e eSports, atingindo a das gerações millenial e Z, conhecidas por serem difíceis de se encontrar em grande demografia.

Depois de um semestre de existência, a Afrogames, que já tinha uma exposição muito grande na mídia especializada, se prepara para começar a participar de competições oficiais da modalidade League of Legends, a mais popular no Brasil atualmente, o que geraria uma exposição muito maior.

Opinião: Afrogames vs Pseudo-federações

Enquanto as confederações ilegítimas conspiram para serem relevantes com projetos de leis inócuos e com a não-organização de competições, é a iniciativa privada e empreendedora que cuida de projetos sociais no eSports.

Compartilhe

Você pode gostar

Assine nossa newsletter

Toda sexta você receberá no seu e-mail os destaques da semana e as novidades do mundo do direito esportivo.