Agora é a vez do PSG de receber uma multa relacionada a discriminação por racismo.
Em novembro de 2018, o website francês Mediapart publicou documentos mostrando que o processo de coleta de dados de jogadores em observação para recrutamento por parte do PSG continha um formulário eletrônico no qual os olheiros tinham de escolher uma entre quatro opções de “perfil” de jogador: (a) francês; (b) norte-africano; (c) africano negro; ou (d) ocidental indiano.
A comissão disciplinar da LFP (liga francesa) investigou as alegações e aplicou uma multa de 100 mil euros ao PSG por tal prática. Porém, a comissão fez questão de fazer referência ao fato de que o PSG não utilizou da prática para fins discriminatórios.
As investigações contaram com depoimentos de funcionários do clube encarregados do recrutamento de atletas entre 2013 e 2018. O gerente-geral do clube, Jean-Claude Blanc, também foi ouvido, mas não sofreu qualquer punição.
Na França é ilegal coletar e manter dados pessoais que revelem a origem racial ou étnica de uma pessoa.
O PSG alega que a gerência do clube desconhecia tal sistema de registro étnico.
Se realmente é esse o caso, de desconhecimento de tal prática por parte da gerência do clube (e não a de seu uso para discriminar), não seria então, antes de mais nada, uma questão de má administração?
Nosso colega colunista e advogado Nilo Patussi (que escreve todas as terças-feiras) sempre alerta os clubes da necessidade de planejamento estratégico de governança corporativa e de compliance de longo prazo. O PSG poderia, com certeza, ter evitado a multa (sem falar da prática ilegal) se tivesse obtido aconselhamento jurídico de advogado especializado como o nosso colega.