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Ao recuperar dinheiro oriundo da corrupção, CONMEBOL abre precedente para outras federações fazerem o mesmo, avaliam especialistas

O presidente da CONMEBOL, Alejandro Domínguez, apresentou na última quarta-feira (11) durante o Congresso da entidade, realizado por videoconferência, um processo detalhado de recuperação de US$ 55 milhões (R$ 330 milhões na cotação atual) das contas pessoais de dois ex-dirigentes em bancos da Suíça e do Paraguai.

A conquista é considerada histórica. A CONMEBOL se tornou a única confederação do mundo em devolver ao futebol dinheiro desviado pela corrupção, abrindo um precedente para que outras instituições, incluindo a Fifa, façam a mesma coisa.

“O precedente da CONMEBOL mostra que por meio do fortalecimento da governança e dos controles é possível obter retorno financeiro, recuperar ativos e a imagem. A entidade reestruturou sua governança objetivando dar mais integridade e transparência nas suas ações. Também agiu ativamente com fim de investigar e auditar suas contas e controles. Com isso, a percepção das autoridades mudou, fazendo a CONMEBOL ser enxergada como uma entidade que foi vítima de condutas ilegais e que está em busca de se organizar”,  disse Fernando Monferdine, advogado especialista em Compliance.

O valor foi retirado das contas pessoais de Nicolás Leoz e Eduardo Deluca, ex-dirigentes da CONMEBOL, após uma série de investigações contra corrupção no futebol, conhecido como “FIFA GATE” no ano de 2015. A dupla desviou irregularmente cerca de R$ 330 milhões dos fundos da entidade sul-americana. O caso também foi julgado pelo Ministério Público suíço, que acatou a decisão da CONMEBOL.

“Essa notícia foi muito bem recebida por todos os especialistas de Compliance e gestores no mundo do futebol que acompanharam a eclosão do Fifa Gate. No entanto, infelizmente percebemos que está é uma medida isolada, relacionada com um caso de grande expressão que não deixaria outra opção à entidade”, avaliou o advogado especialista em Compliance Rodrigo Carril.

Ao assumir o cargo em 2016, o presidente da entidade, Alejandro Domínguez, prometeu fazer jogo duro contra a corrupção no futebol e deu início a uma série de auditorias para apurar e investigar casos antigos e recentes de irregularidades.

“Quando assumi a presidência, fiz a promessa de fazer justiça além do judicial, de renovar a instituição, de gerar valor além do que era conhecido e de reinvestir esse valor, de devolver ao futebol o que é do futebol. E em todos estes pilares estivemos trabalhando intensamente”, declarou Domínguez durante o congresso.

O dirigente deixou claro que este é apenas o começo de um trabalho que deve ser continuado e enraizado na entidade.

“O que esperamos da Conmebol e qualquer outra confederação é a implementação de práticas de prevenção e, principalmente, transparência máxima. Até o momento, nenhuma confederação se aproxima deste lugar de destaque real”, completou Carril.

Ao anunciar a recuperação da quantia, o presidente da CONMEBOL foi parabenizado pelos membros do Congresso e agradeceu a cooperação das federações membros e dos órgãos judiciais que contribuíram para a resolução do caso.

Crédito imagem: Getty Images

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