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Após ação de coletivo LGBTQI+, Justiça intima Flamengo a responder sobre ausência da camisa 24 na Copinha

O Flamengo terá que explica à Justiça do Rio de Janeiro porque não utilizou o número 24 na edição deste ano da Copa São Paulo de Futebol Júnior, a Copinha. O questionamento se deve após uma ação movida pelo ‘Grupo Arco-Íris’, organização sem fins lucrativos de defesa à comunidade LGBTQI+. A informação foi revelada pela jornalista Gabriela Moreira, do ‘ge’.

Em ação na justiça, o grupo solicita que o Rubro-Negro responda a seis perguntas sobre a ausência do número na competição e aponta discriminação por parte do clube.

“O número 24 ganhou forte associação à temática gay, pois era o número utilizado no jogo do bicho (muito popular e conhecido no Brasil) para a identificação do veado/cervo. O animal, de igual forma, ganhou forte referência à temática homossexual, pois se popularizou o comportamento da espécie de relações sexuais entre animais do mesmo sexo, mesmo não se tratando de comportamento exclusivo entre esses animais. Sendo assim, o número 24 é constantemente, e historicamente, relacionado com o homemgay por conta do jogo do bicho, que associa este número ao veado, animal, que por sua vez, é utilizado como forma de ofensa para a comunidade LGBTI+”, argumenta o grupo.

A intimação ao Flamengo foi feita pela juíza Simone Gastesi Chevrand, da 25ª Vara Cível do Rio de Janeiro, em despacho na última segunda-feira (21). O grupo pede na ação que o clube se manifeste em até 48 horas após a notificação.

Vale lembrar que o Grupo Arco-Íris, em janeiro, apresentou uma denúncia contra o próprio Flamengo na Procuradoria do Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo (TJD-SP) pelo mesmo motivo. No ano passado, o coletivo moveu uma ação contra CBF para questionar a ausência da camisa 24 na seleção brasileira na Copa América.

De acordo com o ‘ge’, a Justiça quer que o Flamengo responda as seguintes perguntas do coletivo:

– A não inclusão do número 24 no uniforme oficial na Copa São Paulo de Juniores de 2022 constitui uma política deliberada da interpelada?

– Em caso negativo, qual o motivo da não inclusão do número 24 no uniforme oficial da interpelada na mencionada competição?

– Qual o departamento dentro da interpelada, que é responsável pela deliberação dos números do uniforme do Clube?

– Quais as pessoas e funcionários (nomes e identificação) da Interpelada, que integram este departamento que delibera sobre a definição de números no uniforme oficial?

– Existe alguma orientação da FEDERAÇÃO PAULISTA DE FUTEBOL, CBF, CONMEBOL ou FIFA sobre o registro de jogadores com o número 24 na camisa?

– A Interpelada possui algum programa de salvaguarda e enfrentamento à discriminação contra a comunidade LGBTQIA+ na sua estrutura funcional?

Crédito imagem: Flamengo

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