Pesquisar
Close this search box.

As chuteiras da humildade do futebol europeu

O mundo do futebol recebeu a notícia de que doze clubes europeus (Arsenal, Chelsea, Liverpool, Manchester City, Manchester United, Tottenham, Atlético de Madri, Barcelona, Real Madri, Inter de Milão, Juventus e Milan) anunciaram a criação da Superliga Europeia, uma espécie de torneio onde o objetivo é claramente obter ganho financeiro e não competitivo, deixando de lado diversos aspectos que envolvem o futebol.

O próprio formato da competição deixa evidente que o interesse é apenas financeiro. Participarão vinte clubes, quinze deles com participação direta por serem clubes fundadores, as outras cinco vagas serão estabelecidas por um critério de rendimento baseado na temporada anterior.

A competição se divide em dois grupos de dez participantes onde disputarão partidas de ida e volta, três clubes se classificam para o mata-mata e aguardam um playoff entre o quarto e quinto colocado de cada grupo para assim iniciar a fase final do torneio.

Peço licença para deixar de lado os aspectos jurídico e financeiro que o surgimento da superliga trouxe e ainda irá trazer. O propósito aqui é trazer alguns momentos em que o futebol foi além do capital e mostrou que a modalidade também é feita de superação, paixão, entrega e emoção.

Impossível não se lembrar da incrível temporada do Leicester City em 2016. Os foxes do treinador Claudio Ranieri acabou conquistando a Premier League com duas rodadas de antecedência, desbancando milionárias equipes e conquistando um titulo inédito em sua historia.

A temporada 2018 foi marcante para a torcida romanista, depois de ser derrotada por 4 a 1 pelo Barcelona no jogo de ida da UEFA Champions League, a Roma superou a equipe catalã no místico e lotado Estádio Olímpico de Roma. Os jogadores gialorossi lutaram como bravos gladiadores e venceram a partida por 3 a 0 e passaram para as semifinais da competição.

Em 2005 os gramados espanhóis eram invadidos pelo “submarino amarelo”, o Villarreal terminou a temporada espanhola na terceira colocação, atrás apenas dos gigantes Barcelona e Real Madri. Não satisfeito em fazer história na La Liga, o clube foi além e se classificou em primeiro na fase de grupos da Champions League 2006 eliminando o poderoso Manchester United. Nas quartas foi à vez de outro gigante europeu ser afundado pelo submarino amarelo, a Inter de Milão não foi capaz de parar a equipe comandada por Riquelme e Forlán.

Quem diria que em 2012 uma equipe do Chipre faria história no mundo do futebol. O time do Apoel fez uma campanha digna de aplausos na Champions. Classificou-se em primeiro do grupo e nas oitavas eliminou a tradicional equipe do Lyon, parado apenas pelo Real Madri, um feito histórico para os amantes do futebol.

A história mostra diversas  vezes como o futebol quebrou o favoritismo de equipes milionárias que não conseguiram se aproveitar do seu arsenal financeiro e derrubar times de menor expressão. Poderia escrever páginas e mais páginas sobre atuações memorável e histórica que a modalidade nos proporciona. Momentos assim refletem na memória de cada torcedor, de cada clube, o futebol é um esporte passional.

A criação da Superliga pelas equipes que se consideram da “nobreza futebolística” é apenas motivada pelo dinheiro, esqueceram que o futebol é um esporte popular que alimenta sonhos e motiva times e jogadores a obter grandes feitos, conquistas nascem a partir do mérito esportivo e não por única e exclusivamente participação financeira.

……….

Antônio Guilherme Sales (Estudante de Direito da Faculdade 2 de Julho – Salvador – BA, integrante do GEED da Faculdade Baiana de Direito).

Compartilhe

Você pode gostar

Assine nossa newsletter

Toda sexta você receberá no seu e-mail os destaques da semana e as novidades do mundo do direito esportivo.