Considerado o principal responsável pela assessoria médica do governo do Japão, Shigeru Omi, disse nesta quarta-feira (28) que as autoridades deveriam discutir a realização dos Jogos Olímpicos, previstos para acontecer a partir de 23 de julho. A informação foi divulgada primeiramente pelo ‘GE’.
“Estamos em um momento em que devemos discutir a realização do evento, tendo em conta a situação do aumento dos contágios e a pressão sobre o sistema de saúde, como fatores mais importantes. Meu alerta é que pense em vários fatores, tendo em conta a situação dos contágios e do sistema de saúde. É responsabilidade do comité organizador dos Jogos e dos outros responsáveis explicar aos cidadãos a decisão que tomarem sobre a realização das Olimpíadas”, afirmou Omi, durante a reunião do comitê de saúde do parlamento japonês.
Diferentes especialistas japoneses em saúde já consideram que o país vive uma quarta onda da Covid-19, que levou o governo a declarar um novo estado de emergência em algumas regiões, incluindo a capital Tóquio.
A média de novos casos diários da doença está em quase 5 mil, cerca de cinco vezes mais do que no mês passado, quando o Japão estava em estado de emergência e viu os casos serem reduzidos para menos de mil por dia.
A fala do assessor é contrária a de todas as mensagens oficiais do Governo do Japão, do Comitê Organizador e do Comitê Olímpico Internacional (COI), que garantem a realização do evento dentro da data programada.
Também nesta quarta-feira, o Comitê Organizador divulgou a segunda versão do livro de regras do evento, uma espécie de código de conduta com diretrizes a serem seguidas durante o evento. Entre as novidades, está a confirmação de testes diários de Covid-19 nos atletas e em todos os envolvidos diariamente durante todo o período de disputa, além da proibição do uso do transporte público para evitar a proliferação com a população local.
Ao todo, o Japão contabiliza mais de 577 mil contaminados e mais de 10 mil óbitos pelo novo coronavírus.
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