O Atlético-GO recorreu da punição aplicada pela 2ª Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), no dia 26 de julho, no processo de injúria racial praticada por um torcedor do Dragão contra Fellipe Bastos, do Goiás. O recurso apresentado pelo clube será analisado pelo Pleno do Tribunal – última instância nacional –, na próxima quinta-feira (15).
Em primeira instância, o Atlético-GO foi punido com uma multa de R$ 50 mil e a perda de um mando de campo por infração ao artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que fala “praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência”.
Na época, os auditores destacaram que tanto a torcida do Atlético-GO quanto os seguranças do Estádio Antônio Accioly não se esforçaram para identificar o autor das ofensas raciais na hora do ato. Diante disso, eles concordaram em elevar a infração como de extrema gravidade, conforme determina o parágrafo 3º do CBJD.
Entenda o caso
A partida foi realizada no Estádio Antônio Accioly e era de torcida única, ou seja, sem a presença dos torcedores esmeraldinos. O torcedor do Atlético-GO, que seria o autor da ofensa contra o jogador do Goiás, não foi reconhecido/identificado pela autoridade policial.
O ato de injúria racial foi revelado por Fellipe Bastos assim que a partida acabou. O jogador fez uma descrição do autor das ofensas e cobrou uma ação dos policiais e seguranças que estavam próximos do local. O volante disse estar “assustado” com o caso e ressaltou que é preciso “dar um basta nisso”.
“Aconteceu um ato racista. Eu estava saindo para o vestiário e um rapaz com óculos na cabeça me chamou de macaco. Eu voltei e falei para ele repetir. E ele falou: macaco. Me chamou duas vezes de macaco. No mundo em que a gente vive o ato racista nos deixa entristecido porque as pessoas que estavam ali do lado viram, as pessoas que estavam atrás de mim viram. O policial e os seguranças poderiam ter identificado o torcedor”, relatou.
“É recorrente. Já aconteceu em outros estádios, com outros jogadores, outras pessoas. Temos que dar um basta nisso, só quem sofre é que sente. Eu não queria que isso abafasse nossa primeira vitória no Campeonato Brasileiro, mas é importante falar. Estou assustado, pois é a primeira vez que acontece comigo. Eu pedi para ele repetir e ele repetiu”, acrescentou Fellipe Bastos.
Assim que acabou a partida, Fellipe Bastos registrou Boletim de Ocorrência no Grupo Especializado de Crimes Raciais e Delitos e Intolerância (GEACRI), em Goiânia.
Crédito imagem: Reprodução
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