Em entrevista nesta quarta-feira (6), Ferran Reverter, CEO do Barcelona, revelou a atual situação financeira/economica do clube catalão. Apelidade de ‘Due Diligencis’, a auditoria apontou que a gestão do ex-presidente Josep Maria Bortomeu foi marcada por descontrole e improviso, além de causar “falência contábil” aos cúles.
De acordo com o executivo, a gestão de Bartomeu fez a folha salarial do clube disparar em 61% (de 471 para 759 milhões de euros) somente em três anos, gastando 1,4 bilhão de euros (R$ 8,9 bilhões) com apenas quatro jogadores.
“Sem as decisões desta junta, a massa salarial seria de 108% da receita, ou seja, 835 milhões (R$ 53,4 bilhões). O Barça, em quatro anos, com quatro jogadores, adquire uma massa salarial de 1,4 bilhão de euros (R$ 8,9 bilhões). Mais de 300 milhões de euros (R$ 1,9 bilhão) por temporada só com quatro jogadores”, disse Reverter.
Fora a folha salarial, também houve aumento de 56% com gastos de gestão e acréscimo de mais de 600% nos custos financeiros.
Reverter disse que a nova gestão, liderada por Joan Laporta, pegou um clube que tinha tido uma gestão “nefasta e improvisada”, herança da liderança anterior, que deixou o clube “com um patrimônio negativo e em situação de falência contabilística, com um fluxo de caixa nulo e com dificuldade para pagar inclusive os salários”.
“Em março, nos encontramos com patrimônio líquido negativo. Se fosse uma empresa de sociedade anonônima, seria uma falência contábil que iria supor dissolução”, ressaltou.
Com uma folha salarial prevista de 835 milhões de euros, 108% acima das receitas, o Barcelona teve de renegociar contratos com alguns jogadores e viu seu maior ídolo, Lionel Messi, deixar o clube devido às regras de Fair Play Financeiro impostas no futebol espanhol.
A dívida total do Barcelona chegou a 1,4 bilhão de euros, com a última temporada terminando com um prejuízo de 481 milhões de euros, após o clube ter tido receitas de 631 milhões de euros (R$ 4 bilhões) e gastos de 1,1 bilhão de euros.
Apesar dos prejuízos causados pela pandemia de COVID-19, Reverter informou que o clube, mesmo sem a crise sanitária, teria perdido 390 milhões de euros na temporada 2020/21.
Mesmo com a situação muito complicada, Reverter acredita que o Barcelona vai ser recuperar em quatro e cinco anos.
“O clube sempre voltou mais forte e esta diretoria tem um plano que os investidores compraram”, finalizou.
Crédito imagem: Reprodução
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