Por que os problemas extracampo do italiano Mario Balotelli têm dividido opiniões sobre possível vinda do craque para o Flamengo?
A notícia de que o craque italiano Mario Balotelli estaria em negociação com o Flamengo dominou as rodas de conversa e programas esportivos desta segunda-feira, e o discurso foi sempre o mesmo: com a vinda do craque, virão junto os seus problemas.
O camisa 9 da seleção italiana de futebol e atual centroavante da Olympique de Marseille, de apenas 28 anos, pode estar a caminho para completar o time dos sonhos que o Flamengo está montando. Só que o jogador é famoso não apenas por seus muitos gols, mas também por todas as confusões em que se envolveu dentro e fora dos clubes por onde passou.
Mas o histórico de problemas extracampo de Balotelli devem ser fator determinante para o Flamengo não contratá-lo?
Livre para ser negociado e podendo chegar ao clube rubro-negro sem a necessidade de pagar a multa rescisória, pode ser uma ótima oportunidade de o clube carioca trazer mais um craque europeu para brilhar nos campos do Brasil. Ele é um jogador que certamente trará muitos benefícios ao clube com venda camisas, trazendo o público ao estádios e, sem dúvidas, fazendo muitos gols.
Mecanismos internos podem proteger a instituição e criar barreiras para que, em eventuais complicações com o italiano, nem o grupo nem o clube sejam prejudicados. Ferramentas que orientam e punem a falta de disciplina.
A legislação dos atletas profissionais, Lei Pelé (Lei 9.615/98), prevê, no §4º do artigo 28, que a legislação trabalhista poderá preencher a lacuna da lei específica, ressalvadas as peculiaridades previstas na legislação dos esportistas. Ou seja, havendo lacuna na lei especial, a CLT (Consolidação das Lei do Trabalho) será aplicada.
Esse é o caso em tela.
O artigo 444 da CLT permite que o empregador estabeleça livremente com o empregado as cláusulas do contrato de trabalho e as regras a serem seguidas, desde que não estejam em desacordo com as disposições de proteção do trabalho, os contratos coletivos e as decisões das autoridades judiciárias competentes.
Portanto, os clubes podem exercer seu poder diretivo, criar códigos internos que visem boas práticas e disciplinar as relações das pessoas com a empresa.
O Flamengo, mesmo sem ter se tornado clube-empresa, profissionalizou e muito a gestão do clube, e sem dúvidas serão ajustados acordos que visem questões disciplinares e de bons comportamentos para trazer e viabilizar a chegada do camisa 9.