Faltando quatro dias para o primeiro turno das eleições municipais, o Lei em Campo traz hoje as propostas dos candidatos à prefeitura de Belém. Edmílson Rodrigues (PSOL), José Priante (MDB) e Thiago Araújo (Cidadania) não apresentaram programas claros, com metas factíveis para o esporte na capital paraense. Apenas relacionaram a prática esportiva com temas como educação e lazer, mas sem detalhar como isso será feito e nem como os projetos serão financiados.
“De um modo geral, não há uma cultura de implantação de políticas públicas para o esporte em Belém, havendo a percepção do estado de inanição do movimento esportivo paraense, sem definição de parâmetros capazes de balizar a avaliação do impacto social e esportivo das atividades descritas”, pontua Christian Pinheiro da Costa, professor e pesquisador do Laboratório de Pesquisa sobre Gestão do Esporte (Gesporte), da Universidade de Brasília.
O plano do candidato Edmílson Rodrigues define que a política de esporte e lazer como direito social de todas as pessoas é dever do Estado, e “será desenvolvida na perspectiva do direito à cidade, integrada enquanto política intersetorial e baseada em princípios de participação popular, transparência e controle social. Os programas de arte, cultura, esporte e lazer serão importante estratégia, principalmente para a juventude no território dos CRAS; e a modernização de equipamentos terá que ser inclusiva da população portadora de deficiência”.
“Embora exista uma secretaria especializada, a SEJEL (Secretaria Municipal de Esporte, Juventude e Lazer), a dotação da orçamentária dela é uma das menores entre todas as secretarias. E a visibilidade de suas atividades é mínima”, critica Christian Pinheiro da Costa.
Segundo dados do Portal da Transparência municipal, a não execução dos recursos destinados à pasta atingiu 90% do montante disponível para ações na pasta.
A candidatura de José Priante diz pretender estimular a captação e reserva de água em telhados de grandes dimensões, como os de shopping, supermercados, ginásios de esportes e outros, além de instituir “Escolas de Esportes”, a partir de espaços ofertados pela prefeitura ou de aproveitamento conveniado com o estado e organizações do terceiro setor e requalificar as quadras de esporte de referência dos distritos de Belém. Mais uma vez, sem explicar como isso será feito e como será financiado.
“A importância do esporte e seus efeitos positivos para toda a sociedade são bastante subestimados pelos governantes de todas as esferas, União Federal, Estados e Municípios.
Acho que os programas de governo foram pouco ousados e protocolares em termos de políticas públicas de desporto. Senti também que faltou uma abordagem do esporte considerando a realidade da pandemia, inevitável para o ano de 2021, e provavelmente 2022, considerando que as práticas desportivas notoriamente envolvem aglomeração (público) e contato físico (esportistas)”, explicou Marcus Pessanha, advogado especialista em direito administrativo e ciência política.
Já o candidato Thiago Araújo relaciona o esporte à educação, na faixa etária que vai desde os pequenos até a juventude. Diz o programa que, se eleito, vai implantar e implementar ações de fomento à Política de Esporte Educacional, Lazer, Arte e Cultura para crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos, além incentivar grupos de arte, cultura e esporte dos bairros com utilização dos espaços públicos, como quadras das escolas e praças de esporte e lazer, com a expansão das áreas de esporte e lazer nos bairros.
“As potencialidades na área esportiva em Belém são enormes. Não somente nos esportes olímpicos, como canoagem, boxe e ginástica, mas também em outras modalidades típicas da Amazônia, como circuitos e modalidades através do interesse turístico e preservação da natureza, aproveitando o interesse mundial por ações associadas aos aspectos ecológicos e de sustentabilidade”, defende o professor Christian Pinheiro da Costa.
Para ele, é importante criar cinco eixos para contemplar e pensar nas ações para o esporte em Belém: infraestrutura, legislação e normas, performance, participação e o eixo escolar, que passariam pela construção de um ginásio municipal multiuso, reativação do conselho municipal de esportes, programa de apoio às federações e no resgate de competições esportivas intercolegiais, entre outros projetos.
“De uma maneira geral, os candidatos fizeram diagnósticos locais em termos das carências de estruturas para a prática do desporto na cidade apresentando propostas abrangentes, e em sua maior parte ligadas a educação e ao ensino em seus diversos níveis”, analisou Marcus Pessanha, advogado especialista em direito administrativo e ciência política.
“As potencialidades na área esportiva em Belém são enormes. Não somente nos esportes olímpicos, como canoagem, boxe e ginástica, mas também em outras modalidades típicas da Amazônia, como circuitos e modalidades através do interesse turístico e preservação da natureza, aproveitando o interesse mundial por ações associadas aos aspectos ecológicos e de sustentabilidade. De um modo geral, não há uma cultura de implantação de políticas públicas para o esporte em Belém, havendo a percepção do estado de inanição do movimento esportivo paraense, sem definição de parâmetros capazes de balizar a avaliação do impacto social e esportivo das atividades descritas”, finalizou Christian Pinheiro da Costa, professor e pesquisador do Laboratório de Pesquisa sobre Gestão do Esporte (Gesporte), da Universidade de Brasília.
Os programas de governo completos dos candidatos estão nos links abaixo
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