A Copa do Mundo de 2022, a primeira no Oriente Médio e a primeira em um país muçulmano será, sem dúvidas, a edição mais controversa da história.
Desde a escolha do Catar como sede, pairam dúvidas quanto à lisura do processo de escolha. Durante os preparativos para a Copa muitas foram as denúncias de trabalho em condições análogas à escravidão. Fala-se, inclusive, em mais de seis mil operários mortos durante as obras.
Com a aproximação da Copa do Mundo, os torcedores começaram a se dar conta que a ditadura muçulmana catariana trará para eles uma série de restrições.
Durante a Copa do Catar bebidas alcoólicas e uso de bermudas serão proibidas. Manifestações de afeto em público ou realização de filmagem da população local podem trazer punições criminais.
Para coroar o show de absurdos, a cultura mulçumana rechaça de forma veemente a comunidade LGBTQIA+. A homofobia é amparada pelo Estado catarino.
A violações de direitos são tantas que praticamente todos os países no entorno do Catar não tem relação diplomática com país. Isso inviabiliza que os torcedores possam fazer passeios em Dubai, Bahrein ou Arábia Saudita, locais que de tão próximos poderiam ser visitados no esquema bate e volta.
Se a Copa do Mundo não for utilizada para levar ao Catar a necessidade de se abrir ao mundo, ficará claro que a sede foi escolhida exclusivamente por sua riqueza oriunda do petróleo. O Catar é um dos países mais ricos do mundo com renda per capita próxima de cem mil dólares.
Não se pode admitir que o futebol se curve aos absurdos do Catar. A Copa do mundo que já uniu as coreias e trouxe a sensação de nação para um só povo alemão não pode aceitar passivamente um Estado absolutista sem regras laborais e que criminaliza a comunidade LGBTQIA+.
Com todo respeito à religião e à cultura do Catar, mas é inadmissível qualquer ideologia que interfira tão severamente na vida e na felicidade das pessoas.
Fazer a Copa do Catar aceitando todas essas atrocidades é um tapa na cara da comunidade LGBTQIA+ e uma afronta aos direitos humanos.
A FIFA precisa exigir que o Catar crie uma Lei Geral da Copa e se comprometa a, pelo menos durante o mundial, se abrir ao mundo e aceitar as bebidas alcoólicas, as bermudas e, principalmente, todas as formas de amor.
Quem sabe essa janela criada pela Copa do Mundo não traga o maior legado que o futebol pode trazer para o país organizador, uma sociedade mais tolerante, mais humana e mais democrática.
Os olhos e as vozes do mundo precisam se virar para o Catar, sob pena de termos a pior e mais desanimada Copa do Mundo da história.
A FIFA precisa se impor, sob pena de confessar que só escolheu o Catar por razões financeiras.
O futebol é maior que qualquer país do mundo e tem que ser ferramenta de mudanças, de cidadania, de amor e de humanidade.
Por isso, o Catar precisa se abrir ao mundo e não o mundo aceitar a ditadura, a falta de humanidade e a homofobia.
Crédito imagem: Getty Images
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