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CBF solicita à FIFA que jogadores envolvidos em esquema de manipulação não atuem no exterior

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) informou, por meio de comunicado, na última sexta-feira (11), que irá acionar a FIFA para que os jogadores envolvidos no escândalo de apostas no futebol brasileiro sejam impedidos de atuar no exterior.

A entidade mapeou e notificou as confederações locais para que os atletas punidos não atuem em outros países.

Um desses casos é o de Eduardo Bauermann, ex-zagueiro do Santos, que foi punido por 360 dias pelo STJD e assinou com o Alanyaspor, da Turquia. No entanto, o jogador ainda não atuou e nem foi inscrito pelo clube em nenhum campeonato.

Ao todo, 13 jogadores foram denunciados pela operação da Polícia Federal “Penalidade Máxima”, deflagrada pelo Ministério Público de Goiás (MPGO), que investigou manipulações de resultados no futebol brasileiro desde 2022. Todos eles já foram julgados de forma definitiva pela Justiça Desportiva. São eles:

– Romário (ex-Vila Nova): eliminação e multa de R$ 80 mil
– Gabriel Domingos (ex-Vila Nova): suspenso por 720 dias e multa de R$ 80 mil
– Moraes (ex-Vila Nova): 720 dias e R$ 55 mil
– Gabriel Tota (ex-Juventude): eliminação e R$ 30 mil
– Paulo Miranda (ex-Juventude): 720 dias e R$ 70 mil
– Eduardo Bauermann (ex-Santos, hoje no Alanyaspor da Turquia): 360 dias e R$ 35 mil
– Matheus Gomes (ex-Sergipe): eliminação e R$ 10 mil
– Fernando Neto (ex-Ceará): 380 dias e R$ 15 mil
– Kevin Lomónaco (Bragantino): 380 dias e R$ 25 mi
– Ygor Catatau (ex-Sampaio Correa): eliminado e R$ 70 mil
– Mateusinho (ex-Cuiabá): 600 dias e R$ 50 mil
– Paulo Sérgio (ex-Sampaio Correa): 600 dias e R$ 50 mil
– André Queixo (ex-Sampaio Correa e hoje no Nam Dinh, do Vietnam): 600 dias e R$ 50 mil

Confira a íntegra do comunicado da CBF:

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF), tão logo o STJD decidiu pelas primeiras punições de atletas envolvidos em esquemas de apostas esportivas no Brasil, enviou solicitação à FIFA para que essas punições fossem estendidas para além do território nacional e contemplassem as 211 federações membros da entidade máxima do futebol.

Os jogadores que foram punidos pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) ficaram assim impedidos de atuar também em clubes no exterior. O grupo de atletas condenados em julho recebeu punição definitiva, ou seja, sem direito a recurso no âmbito desportivo nacional.

Com a decisão, os 15 jogadores que sofreram a condenação definitiva foram bloqueados no Sistema de Registro e Transferências da CBF.

A Diretoria de Registro e Transferência da CBF, seguindo os regulamentos da FIFA, notificou as federações estrangeiras diretamente e por meio da plataforma FIFA TMS, acerca da decisão final do STJD, assim como foram abertos procedimentos junto ao Comitê Disciplinar da FIFA, pelo Portal Legal da entidade, para extensão internacional dos efeitos da referida decisão. No caso de um dos atletas, a federação estrangeira recusou a transferência internacional tão logo recebeu a notificação da CBF. Todas estas federações deram ciência quanto ao recebimento da decisão.

Quanto ao recente julgamento do STJD, ocorrido na última quarta-feira (09/08), houve uma decisão em primeira instância, que resultou em punições que variam de 360 a 720 dias de suspensão aos jogadores condenados.

A CBF, assim que teve notícias da denúncia oferecida pelo Ministério Público de Goiás, encaminhou ao STJD um pedido de suspensão cautelar dos atletas envolvidos. O STJD, por sua vez, acolheu o pedido de suspensão. A CBF comunica à FIFA todas as decisões do STJD, em qualquer instância.

“É importante ressaltar que, desde que tomei conhecimento, pelo Ministério Publico de Goiás, das denúncias de manipulação de resultados, encaminhei à presidência da República e ao ministro da Justiça, Flávio Dino, ofício solicitando que a Polícia Federal passasse a investigar os casos de manipulação de apostas e tive o pedido prontamente atendido. Um passo que foi fundamental para chegarmos à atual situação. Não há a possibilidade de a nossa gestão, em qualquer instância, compactuar com qualquer tipo de crime. Todos os casos estão sendo encaminhados para a FIFA e os envolvidos vão responder onde quer que estejam”, disse o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues.

Crédito imagem: Santos/Divulgação

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