A operação “Penalidade Máxima” escancarou nos últimos dias a grave crise por que passa a integridade do esporte. O futebol está ameaçado. Mas os episódios recentes não apresentaram uma novidade. Há tempos que proteger a integridade do esporte está na pauta de discussões.
A CBF está estruturando, há alguns meses, uma série de iniciativas próprias para combater a manipulação de resultados. Depois de um estudo aprofundado, está criando um mecanismo de controle em um projeto que envolve o Centro Internacional de Segurança do Esporte, a Aliança Global pela Integridade do Esporte e uma força tarefa de investigação privada para subsidiar as autoridades públicas na missão de punir quem está envolvendo no esquema de manipulação de resultados.
Segundo Ednaldo Rodrigues, esse será “o maior investimento do mundo que uma organização esportiva já fez para proteger a integridade do esporte”.
Especialistas ouvidos pelo Lei em Campo destacam que a medida é fundamental para proteger o futebol.
“As iniciativas que a CBF sugere ao Estado brasileiro são importantes, mas pra que possam avançar e os compromissos eventualmente assumidos sejam cumpridos, primeiro é preciso que o Brasil se qualifique pra isso, investindo na capacitação de pessoal e em sistemas modernos e eficientes de monitoramento. Sem que essas premissas sejam atendidas, qualquer compromisso que seja assumido, por mais valioso que seja, não será executável”, avalia Rafael Marcondes, colunista do Lei em Campo e Diretor jurídico do Instituto Brasileiro pelo Jogo Responsável (IBJR) e Diretor de Relações Governamentais da Associação Brasileira de Defesa da Integridade do Esporte (ABRADIE).
Udo Seckelmann, advogado e um dos principais especialistas da indústria de gambling, cita que os últimos acontecimentos de manipulação de resultados despertaram a necessidade de adoção de medidas preventivas e repressivas no futebol.
“Nesse contexto, ao instituir um mecanismo de controle, a CBF realiza um movimento fundamental na preservação da integridade do futebol brasileiro, que deve contar com: detecção, investigação, cooperação e educação”, afirma o especialista.
O advogado explica as razões para seguir esses pontos:
Detecção: O mecanismo de controle ajudará a CBF a identificar atividades suspeitas e possíveis indícios de manipulação de resultados. Essa fiscalização pode abranger desde padrões de apostas anormais até comportamentos atípicos em campo.
Investigação: A inclusão de uma força tarefa investigativa privada capacita a CBF a realizar investigações aprofundadas sobre suspeitas de manipulação, possibilitando a rápida identificação e punição dos envolvidos.
Cooperação: Através da parceria com o Centro Internacional de Segurança do Esporte e a Aliança Global pela Integridade do Esporte, espera-se que a CBF tenha acesso a conhecimentos e recursos globais no combate à manipulação de resultados, englobando desde treinamento até troca de melhores práticas e colaboração em investigações.
Educação: Como parte desse esforço, a CBF também deve investir na educação de jogadores, técnicos, dirigentes e árbitros sobre a manipulação de resultados, de forma a entenderem os regulamentos, as leis e como tal conduta é prejudicial não apenas ao futebol brasileiro, mas também à sua liberdade, visto que seu envolvimento em match-fixing configura crime com pena privativa de liberdade. No mais, devem saber como e a quem. reportar quaisquer atividades suspeitas.
Crédito imagem: CBF/Divulgação
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