A Unidade de Integridade do Atletismo (AIU) da Federação Internacional de Atletismo (World Athletics) suspendeu nesta quarta-feira (17) cinco dirigentes russos por serem considerados culpados na acusação de produzir provas para livrar de doping o campeão mundial de salto em altura de 2018 Danil Lysenko. Segundo o jornal The Guardian, a trama envolvia a falsificação de registros médicos de uma clínica inexistente e um acidente de carro armado.
Tudo começou no fim de 2018, quando Lysenko falhou ao dar sua localização correta para as autoridades responsáveis pelo teste antidoping antes de uma competição. O atleta não foi encontrado em três vezes durante um período de um ano, o que configura infração segundo o regulamento internacional antidoping. Lysenko alegou que havia sofrido um acidente de carro e que posteriormente teve que ser internado em uma clínica médica de Moscou por conta de uma apendicite.
A AIU descobriu durante uma investigação de 15 meses envolvendo 22 testemunhas, 7 mil documentos e inúmeras mensagens de Whatsapp, que Lysenko não apenas mentiu sobre um acidente de carro, mas que também funcionários da RusAF (atletismo russo) falsificaram registros médicos para tentar escapar da sanção de dois anos.
O prédio da clínica citada por Lysenko havia sido demolido em 2017, antes da suposta internação. Em depoimento à AIU, o atleta admitiu que os documentos apresentados foram forjados com a ajuda de pessoas do atletismo.
“Essas são infrações da maior seriedade cometidas por pessoas bem no topo da RusAF, uma federação mundial de atletismo. Parece que a maioria, senão todos, a alta administração da RusAF estava envolvida nesta grande fraude. Isso é bastante chocante. Na opinião do painel, uma sanção de quatro anos pode ser descrita como totalmente inadequada nos fatos deste caso”, disse o painel disciplinar.
Os cincos dirigentes russos que foram banidos pelos próximos quatro anos (pena máxima) por falsificação, cumplicidade, falha em relatar uma violação da regra antidoping e falha em cooperar com a investigação da AIU são: Dmitry Shlyakhtin (ex-presidente da RusAF), Artur Karamyan (ex-membro do Conselho da RusAF), Alexander Parkin (diretor executivo da RusAF), Elena Orlova (administradora sênior da RusAF) e Elena Ikonnikova (coordenador antidoping da RusAF). Lysenko e seu treinador, Evgeniy Zagorulko, ainda serão julgados.
O presidente da AIU, Brett Clothier, destacou a importância da organização no combate ao doping: “Este caso demonstra a capacidade investigativa da AIU. A AIU tem fortes poderes de investigação, investigadores e promotores qualificados e os recursos necessários para descobrir irregularidades em face de conspirações e mentiras, em qualquer parte do mundo e nos níveis mais altos do esporte”, disse o dirigente ao The Guardian.
Desde 2017, a AIU já baniu mais de 200 atletas e oficias por infrações relacionadas a doping.
Crédito imagem: PA
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