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Clube brasileiro engajado em movimentos sociais precisa da bênção da CBF

“Todos os dias quando acordo
Não tenho mais o tempo que passou
Mas tenho muito tempo
Temos todo o tempo do mundo” ¹

O futebol é um dos melhores meios de mobilização para causas sociais importantes. O Santos Futebol Clube, em um movimento nobre e salutar, se uniu a um valioso projeto de crianças desaparecidas, intitulado “Mães da Sé”, da Associação Brasileira de Busca e Defesa à Criança Desaparecida (ABCD), visando dar visibilidade ao tema.

Antes e no intervalo do jogo de ontem pela Copa do Brasil entre a equipe da baixada santista e o Atlético Goianiense (11), atos de divulgação do projeto foram executados, como a exposição dos retratos das crianças desaparecidas de diversas formas, inclusive com alguns integrantes do projeto assistindo ao jogo no estádio da Vila Belmiro com cartazes de seus filhos.

Apesar da nobreza, ações de clubes como essa podem não ser autorizadas, segundo dispõe a Lex Sportiva nacional. O Regulamento Geral de Competições 2019 da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), entidade de administração futebolística que organiza a Copa do Brasil, observa:

“Art. 4º – Compete à CBF na qualidade de coordenadora das competições integrantes de seu calendário oficial:
(…)
III – aprovar ou rejeitar a realização de ações promocionais, shows, eventos, apresentações, divulgação de campanhas, utilização de faixas e cartazes, e manifestações em geral, previstas para antes, depois e no intervalo das partidas, exigida sempre a formal solicitação da parte interessada e a prévia e expressa autorização da CBF.”

Portanto, resta claro que mesmo o clube mandante, detentor de diversos direitos e deveres na realização das partidas das competições nacionais, não pode dispor desses espaços ao seu livre-arbítrio.

No Brasil ocorrem oito desaparições de pessoas por hora, na média.

Esperamos que o esporte seja utilizado cada vez mais como uma valorosa ferramenta social e que haja incentivo e utilização disso por todos os players esportivos, pois, pensando a questão com a visão de uma mãe nessa condição…

“Todos os dias antes de dormir
Lembro e esqueço como foi o dia
Sempre em frente
Não temos tempo a perder
(…)
Então me abraça forte
Me diz mais uma vez que já estamos
Distantes de tudo
Temos nosso próprio tempo
Temos nosso próprio tempo
Temos nosso próprio tempo”²
……….
1 e 2 – Trechos da música tempo perdido composta pelo Renato Russo

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