No último clássico contra o Corinthians, o atacante do Palmeiras Deyverson, de 27 anos, foi expulso de campo após ter dado uma cusparada no jogador Richards, do time rival. Com muitos gols que decidiram partidas, o atacante, conhecido por suas atitudes polêmicas, deixou a diretoria do clube alviverde furiosa pelo episódio e, além dos jogos com que foi punido pelo STJD por conduta indisciplinada, também foi multado pelo Palmeiras em R$ 350 mil.
Toda essa confusão levantou a uma discussão bastante grande sobre o clube ter multado o atleta com valor tão significativo. Poderia o clube multá-lo? Por que o clube puniu o jogador se o STJD já havia julgado o atleta?
O Palmeiras não só poderia como fez bem em aplicar a multa ao jogador. Uma conduta indisciplinada pode gerar reflexo negativa em relação aos colegas, à comissão técnica, diretoria, à instituição Palmeiras, à carreira do próprio jogador e, principalmente, ao espírito esportivo.
Ao colocar as cores do clube, o jogador precisa entender que ele é um representante daquela instituição, daquele grupo, daquela torcida e daqueles patrocinadores. Práticas desonestas, antijogo, rebeldes e de falta de disciplina podem, devem e precisam de repreensão.
A multa aplicada ao atacante foi baseada no regulamento interno do Palmeiras, apresentado aos atletas do clube pelo departamento profissional de futebol no início de 2019, enquanto estavam na pré-temporada. Essas regras internas, que muitos chamam de Código de Conduta, são ferramenta essencial para uma boa administração e otimizam a proteção aos valores, normas e cores da instituição.
Os regulamentos internos têm a finalidade de ordenar todas as diretrizes esperadas pela instituição para os seus colaboradores, parceiros, patrocinadores e demais investidores. Além disso, explanam o funcionamento dessas regras e suas punições em casos de descumprimentos. Vale lembrar que a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) permite a criação de regras internas desde que não contrariem a lei.
Regulamentos internos são muito importantes para a saúde da instituição. Regras claras tornam o negócio mais eficaz. Patrocinadores buscam associar seus nomes a marcas que tenham mídias positivas e atletas regrados.
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Foto: VILMAR BANNACH/PHOTOPRESS / Estadão Conteúdo