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Com episódio do Morumbi, casos de racismo no futebol brasileiro chegam a 57 em 2022

O preconceito racial no futebol brasileiro infelizmente ainda é uma realidade muito presente. Um levantamento do Observatório da Discriminação Racial no Futebol apontou que já são 57 casos no Brasil, sendo apenas 12 em competições da Conmebol e 45 deles envolvendo apenas brasileiros. O caso denunciado pelo torcedor do Fluminense, Gabriel Brandão, no Morumbi, foi um deles.

Em entrevista ao ‘ge’, o diretor do Observatório da Discriminação Racial no Futebol, Marcelo Carvalho, reforçou que em vez de transferir a responsabilidade apenas para a polícia e a Justiça, os clubes devem agir e banir os estádios quem praticar atos de preconceito racial.

“O São Paulo não precisa esperar pela polícia, pela Justiça, ele mesmo pode tomar as ações, como está fazendo, no sentido de ele, São Paulo, registrar um boletim de ocorrência contra este torcedor. Se for sócio, o São Paulo pode e deve excluir esse torcedor. Se não for, pelo menos tentar impedir que ele volte a frequentar o estádio”, disse Marcelo.

O diretor lamentou a postura de outros torcedores do São Paulo que estavam perto do homem no momento em que ele fez o gesto racista.

“Em nenhum momento eles acharam absurdo, em nenhum momento identificarem e prenderem o agressor para levar para as autoridades policiais. É sempre isso, é sempre absurdo ver um caso de racismo quando é com o nosso clube, quando é com o nosso torcedor, mas quando é do nosso torcedor, as pessoas dão risada. Que antirracistas são essas pessoas que depois vão para as redes sociais e dizer que não compactuam com o racismo?”, questionou.

Marcelo acredita que o futebol brasileiro precisa de ações e campanhas efetivas de combate ao racismo.

“É fundamental a gente pensar em conscientização e educação. Conscientização para que os policiais que passaram, caso eles tenham percebido, porque disseram que não viram, que eles tivessem prendido o autor dessa ofensa. Conscientização para que os torcedores em volta não tivessem compactuado com o ato, não tivessem rido do que aconteceu. E educação é isso, tentar fazer as pessoas entenderem que racismo é crime e que esse racismo recreativo é a ponta de um iceberg que leva ao genocídio da população negra”, encerrou.

Crédito imagem: Fortaleza/Reprodução

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