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Com inspiração no Bayern de Munique, SAF do Fortaleza é aprovada; especialistas avaliam modelo

Neste sábado (23), sócios do Fortaleza aprovaram a mudança no estatuto para o clube virar uma SAF (Sociedade Anônima do Futebol). Ao todo, 1.256 sócios do Leão do Pici votaram, dentre os quais 1.195 (95,14%) aprovaram a SAF.

O modelo de SAF do Fortaleza, porém, será diferente do adotado por Botafogo e Vasco, por exemplo. O Leão do Pici se inspirou no Bayern de Munique, da Alemanha, e não venderá ações do clube neste momento, não perdendo assim o controle do futebol.

A associação do clube continua com ativos imobiliários e deve ser remunerada pela SAF pela utilização de CT Ribamar Bezerra, Centro de Excelência e demais instalações.

O Lei em Campo ouviu especialistas para saber o que eles pensam do modelo de SAF aprovado pelos sócios do Fortaleza.

“A Lei das SAF tem dentre seus pontos fortes o de não restringir as possibilidades de formatação dos clubes-empresa. Com isso, abre-se a possibilidade de os clubes seguirem formatos mais conhecidos no mercado como Vasco e Botafogo, em que investidores detém o controle, mas também modelos menos usuais, como o do Bayern de Munique, no qual o clube associativo tem o controle do clube. Qual modelo será mais vencedor no Brasil, ou mesmo se ambas as estruturas societárias vão ser eficientes, vai depender da gestão dos clubes-empresa e da sua capacidade de adaptação ao mercado brasileiro. Afinal, o Brasil tem suas particularidades e elas devem ser compreendidas sob o risco de o negócio não vingar”, afirma Rafael Marcondes, advogado e professor nas áreas de direito desportivo e de entretenimento.

O economista Cesar Grafietti enxerga alguns pontos positivos neste modelo de SAF, mas também muitas dúvidas.

“O aspecto positivo é a transformação em SAF, que permite maior profissionalização da gestão. Mas ainda assim, para um clube organizado como o Fortaleza, o impacto real é pequeno, pois o clube já é bastante organizado. As dúvidas são várias. A primeira, é porquê algum investidor seria minoritário junto com uma associação, que mantém o caráter político e que tem como sustentação do seu sucesso a presença do Marcelo Paz? E quando ele deixar o clube, quem garante que o modelo e os processos seguirão os mesmos?”, questiona.

“A ideia de poder oferecer ações em garantia parece tentadora, mas quem empresta analisa uma série de fatores, que começam sobre a capacidade de pagamento. A capacidade do Fortaleza não aumenta porque há ativos a dar em garantia. Além disso, dificilmente alguém emprestaria recebendo menos de 51% das ações em garantia, movimento que conferiria gestão em caso de executá-las por falta de pagamento. Afinal, porque ter 30% de um clube que já não está sendo bem gerido, e por isso precisei receber as ações em pagamento? Isso vale para o Fortaleza, e para qualquer outro clube que queira adotar essa estratégia. Sem algum tipo de ingerência na SAF, acho improvável que alguém opte por ser minoritário. E, ingerência não é ter assento no conselho de administração, mas capacidade de controlar a área financeira, de dizer não, de se apropriar de parte da gestão esportiva”, acrescenta o economista.

A SAF do Fortaleza terá como um dos principais pontos a possibilidade de realização de investimentos e empréstimos com maior facilidade, já que vai dispor das ações como garantia para essas transações, aprofundamento em processos de governança corporativa, gestão empresarial, auditoria e compliance. Isso ainda prepara o clube para receber um possível investimento, se mantendo competitivo contra aqueles que já viraram SAF.

Haverá também a criação do cargo de CEO (Chief Executive Officer) do Fortaleza, que terá metas e remuneração, ficando responsável pelo futebol profissional, base e feminino.

Após a Assembleia Geral, que resultou na criação do Fortaleza EC SAF, foi realizada uma reunião extraordinária do Conselho Deliberativo para eleger os membros do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal do Fortaleza EC SAF. Confira os nomes:

Membros do Conselho de Administração

Presidente: Geraldo Luciano Mattos Júnior
Vice-Presidente: José Rolim Machado
Fabiano Barreira da Ponte
Francisco de Queiroz Maia Junior
Wendell Fabio de Miranda Regadas

Membros do Conselho Fiscal

Titulares
Bruno Acioli Lins
Hiago Marques Brito
Marcos Henrique Carvalho de Almeida

Suplentes
Bergson de Oliveira
Alberto Betrian Blasco
Lauro Chaves Neto

Crédito imagem: Fortaleza/Divulgação

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