O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) vai discutir na tarde desta quarta-feira (27), em assembleia geral extraordinária, a proposta apresentada pela Comissão de Atletas para que apenas pessoas que foram atletas de alto rendimento no esporte paralímpico possam ser presidente e vice-presidente da entidade.
Segundo o jornalista Demétrio Vecchioli, do ‘UOL Esporte’, a proposta dividiu o movimento paralímpico. De um lado, os atletas, representados pelo presidente Mizael Conrado (bicampeão paralímpico de futebol de 5) e vice-presidente Yohansson do Nascimento (seis vezes medalhista paralímpico do atletismo). Do outro, cartolas que não possuem deficiência.
A proposta da Comissão de Atletas diz que “somente poderão ser indicados à eleição para os cargos de presidente e vice-presidente do CPB pessoas com deficiência que tenham praticado modalidade esportiva paralímpica e participado, na qualidade de atleta, de ao menos um campeonato nacional da respectiva modalidade”.
Contudo, ela vem acompanhada de uma alteração que transformaria essa regra em uma cláusula pétrea do CPB. Hoje, para alterar esse critério, é necessário 2/3 dos votos (14 de 21). Os atletas propõem que, a partir da alteração, qualquer modificação necessite de 4/5 dos votos (17 de 21). Como os atletas têm direito a sete votos, essa regra teria potencial para nunca mais ser derrubada.
Dos quatro presidentes que o CPB já teve, dois não tinham deficiência, nem foram atletas: o fundador João Batista e Andrew Parsons, que chegou no comitê como estagiário e foi ganhando espaço até virar presidente.
De acordo com a reportagem, o próximo presidente do CPB provavelmente será José Antônio Ferreira Freire, atual presidente da Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV) e ex-jogador de futebol 5, com Yohansson seguindo como vice. A nova regra, porém, valeria só a partir do pleito de 2028.
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