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Comitê Olímpico dos Estados Unidos não punirá atletas que se manifestarem por causas sociais e raciais em competições

O Comitê Olímpico e Paralímpico dos Estados Unidos (USOPC) causou surpresa ao anunciar nesta quinta-feira (10) que não irá punir atletas que se manifestarem por causas de justiça social ou racial. A entidade também pediu mudanças na Regra 50 da Carta Olímpica, que impede que os competidores se manifestem nos eventos esportivos.

“Tomamos a decisão de que os atletas do ‘Team USA’ não serão punidos pelo USOPC por demonstrações pacíficas e respeitosas em apoio à justiça social para todos os seres humanos”, diz o comunicado oficial da entidade.

“O USOPC valoriza as vozes dos atletas americanos e acredita no direito deles de defender causas de justiça social e racial e que eles são uma força positiva para a mudança, totalmente alinhados com os valores fundamentais de igualdade que definem o ‘Team USA’ e os movimentos olímpicos e paralímpicos”, ressaltou Sarah Hirshland, CEO do Comitê.

No comunicado, a dirigente ainda pediu ao Comitê Olímpico Internacional (COI) que faça mudanças na Regra 50 da Carta Olímpica que proíbe “qualquer demonstração de propaganda política, religiosa ou racial em qualquer área, local ou equipamento da competição olímpica”.

“Vamos continuar a trabalhar com o Comitê Olímpico Internacional e com o Comitê Paralímpico Internacional para que considerem a possibilidade de fazer uma emenda na Seção 2.2 da Regra 50 da Carta Olímpica”, disse Hirshland.

Hirshland alega que os direitos humanos não se enquadram nesta regra específica. “É necessário afirmar inequivocadamente que os direitos humanos não são uma questão política e que pedidos pacíficos por igualdade não podem se confundir com demonstrações de divisão”.

O Lei em Campo já contou que o COI analisa fazer pequenas mudanças na Regra 50. A entidade responsável pelo esporte olímpico está ouvindo federações e atletas sobre os prós e contras das possíveis alterações.

A CEO ainda fez questão de se desculpar em nome da USOPC por não ter apoiado atletas como John Carlos e Tommie Smith, que se tornaram figuras importantes ao protestarem contra a segregação racial dos Estados Unidos com os punhos apontados para o céu durante os Jogos Olímpicos da Cidade do México em 1968.

“Está claro agora que esta organização deveria ter apoiado, ao invés de ter condenado. Por isso, pedimos desculpas. E espero por um futuro onde as regras serão claras, onde as intenções serão melhor compreendidas e as vozes serão empoderadas”, completou Hirshland.

Crédito imagem: Getty Images

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