Poucas horas após o governo japonês declarar estado de emergência em Tóquio por conta do aumento do número de casos de Covid-19, o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 afirmou que o evento seguirá mantido para ser realizado entre 23 de julho e 8 de agosto e que não haverá novos adiamentos.
Nesta quinta-feira (7), o primeiro ministro Yoshihide Suga declarou estado de emergência por pelo menos um mês na área metropolitana de Tóquio a partir desta sexta-feira, 8 de dezembro.
“Esta declaração de emergência oferece uma oportunidade para controlar a situação da covid-19 e conseguir que Tóquio-2020 planeje Jogos seguros para este verão. Em consequência, daremos continuidade aos preparativos necessários”, disse o Comitê Organizador em comunicado.
Em entrevista à BBC, um dos membros sênior do Comitê Olímpico Internacional (COI), o australiano Dick Pound disse que “não tem certeza” de que os Jogos de Tóquio 2020 seguirão o planejamento por conta das “ondas” de contágio do novo coronavírus no país.
“Não posso ter certeza, porque o constante problema seriam os surtos do vírus”, disse o canadense ao ser questionado sobre as perspectivas de abertura do evento em 23 de julho.
Ontem, 7 de dezembro, Tóquio relatou um recorde de 2.447 casos da doença, um aumento de 50% em relação ao dia anterior, enquanto o número de infecções no Japão subiu para mais de 7.500, também um recorde.
Apesar de ser considerado um dos países que melhor tenha se saído no combate à pandemia, o Japão ainda não deu início ao processo de vacinação da população. A estimativa é que profissionais de saúde e da linha de frente comecem a ser vacinados até o final de fevereiro, com idosos e outras pessoas com doenças vulneráveis dando sequência.
A preocupação de que atletas, torcedores e dirigentes visitantes possam desencadear um novo surto foram refletidos em uma pesquisa realizada pela emissora NHK. Nela, 63% dos japoneses se mostraram favoráveis a um novo adiamento ou cancelamento.
Crédito imagem: AFP
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