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Como ficam transferências entre Lyon e Botafogo com punição ao time francês?

A comissão de recurso da Federação Francesa de Futebol (FFF) manteve a punição imposta pela Direção Nacional de Controle e Gestão (DNGG) da Liga de Futebol Profissional da França (LFP) ao Lyon, que proibiu o clube de contratar e inscrever jogadores na atual janela de transferências por conta de problemas financeiros.

A manutenção da sanção traz efeitos não somente ao Lyon, mas ao Botafogo também. Vale lembrar que o Glorioso e o clube francês, ambos parte da Eagle Holding Football, grupo que pertence ao empresário John Textor, têm negociado jogadores entre si durante a gestão do norte-americano. Luiz Henrique, Thiago Almada, Jeffinho e Adryelson são alguns exemplos.

Essas negociações, inclusive, estão sendo observadas atentamente por outros clubes franceses, conforme trouxe o ‘UOL Esporte’ na semana passada.

Além da punição que impede contratar e registrar atletas, a DNGG afirmou que o Lyon será rebaixado caso não melhore sua situação econômica até o fim da temporada. Diante do cenário, John Textor tem atuado para levantar recursos e melhorar a situação financeira dos clubes da Eagle, em especial o clube francês.

Buscando esclarecer alguns pontos desse cenário, o Lei em Campo conversou com dois especialistas: César Grafietti, economista e consultor de gestão e finanças do esporte, e André Scalli, advogado especializado em direito desportivo. Confira:

Como funciona o Fair Play Financeiro do futebol francês? A punição do Lyon traz impactos ao Botafogo?

“O modelo francês é bem específico: é feita uma análise pela DNCG, sem definições de índices que precisam ser atendidos, como nos outros países. A entidade analisa e avalia se o clube é capaz ou não de pagar suas contas. No caso do Lyon está dizendo que não, e que precisa de dinheiro para fechar o ano. Logo, não pode gastar mais. Por isso impacta sim, exceto no caso do Almada. O Luiz Henrique não foi – e está difícil vender pelos € 30 milhões pedidos – e o Adryelson não ficou mesmo voltando de empréstimo”, explica César Grafietti.

O Lyon pode registrar jogadores vindos do Botafogo mesmo estando punido?

“Não registra, nem de graça. Há um bloqueio no sistema de transferências. Exceto se foi feito antes da sanção, pois fica ‘gravado’ no sistema. Mesmo a volta do Adryelson ficou impossibilitada. No Brasil acontece a mesma coisa quando o clube sofre transfer ban”, afirma o economista.

O advogado André Scalli explica que o caso do meia Thiago Almada é diferente, e que o argentino pode ser inscrito normalmente.

“No caso de Thiago Almada, o registro pode acontecer, uma vez que havia um pré-contrato antes da punição imposta pelo órgão ao Lyon. O mesmo não acontece com eventuais atletas que assinaram algum vínculo após a data da sanção”, afirma.

No cenário de empréstimo, ou seja, um jogador cedido pelo Lyon ao Botafogo e que retornaria ao clube francês, Scalli diz que não haveria impeditivo para o registro.

“Esse atleta nunca deixou de ser jogador do Lyon, seu vínculo trabalhista se transfere ao Botafogo por empréstimo, mas o vínculo federativo continua do Lyon”, conta o advogado.

Transferências entre Lyon e Botafogo é uma forma de driblar o Fair Play Financeiro?

Por conta das transferências entre os times de Textor, alguns clubes franceses estão levantando a hipótese de esses negócios serem uma forma do Lyon driblar o Fair Play Financeiro do país europeu.

Segundo André Scalli, Lyon e Botafogo precisarão comprovar (caso sejam acionados) que estão enquadrados nas regras e que as transações não visam burlam nenhuma delas.

Crédito imagem: Getty Images

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