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Compliance do Barcelona tem papel importante no combate a corrupção no clube

Joan Laporta foi eleito presidente do Barcelona no último domingo (7 de março) com a missão de recolocar o time de volta ao topo das principais competições da Europa, mas também de resgatar a credibilidade que vem perdendo do lado de fora dos gramados. Escândalos de gestão foram levantados através de políticas de integridade do próprio clube.

Em maio de 2017, o ex-presidente, Sandro Rossel, foi preso pelo FBI (Polícia Federal dos Estados Unidos), acusado de ter desviado mais de 15 milhões de dólares para contas secretas do então presidente da CBF, Ricardo Teixeira.

No último dia 1º (março), pela segunda vez, um ex-presidente da instituição foi preso pelas autoridades espanholas. Josep Maria Bartomeu, que havia renunciado, em outubro de 2020, após acusações contra a sua administração.

O Barçagate, como é chamada a operação da polícia espanhola que investiga gestão criminosa no clube, prendeu também o diretor-geral do clube, Oscar Grau, o diretor jurídico, Romo Ponti e o ex-assessor da presidência do clube, Jaume Massafer.

Após o escândalo estourar, em fevereiro de 2020, o clube catalão se mostrou preocupado e apoiou as investigações. No dia seguinte, comunicou o cancelamento de contrato com a empresa envolvida mas negou que houvesse qualquer responsabilidade do clube ou de seu representantes.

Porém, dias depois, foram descobertas novas empresas envolvidas e, com isso, investigações mais contundentes  começaram a ser feitas em cima do então presidente, Josep Maria Bartomeu.

O clube catalão tem Compliance, e isso ajudou muito nesse processo.

Em junho do ano passado, o Compliance Officer, Noelia Romero, constatou pagamentos para contas fantasmas, e acabou sendo demitida da instituição, acusado de falsificações nas informações apresentadas. Foi o que precisava para aumentar as suspeitas das autoridades espanholas.

O então presidente Bartomeu, não resistiu no cargo e renunciou pouco mais de 3 meses depois.

Com quase 55% dos votos a seu favor, Laporta retorna à presidência do Barça 11 anos depois da sua passagem (2003 – 2010).  Responsável por contratações importantes, como Ronaldinho Gaúcho e Guardiola, Laporta resgatou a cultura da vitória no clube, que, após a chegada de Pep, emplacou 14 títulos em apenas 4 temporadas.

O Compliance, já a algum tempo, vem sendo uma ferramenta que tem ajudado o mundo, também esportivo, a combater a corrupção, reduzir riscos e atrair maiores e melhores parceiros de negócios.

Conforme mencionei em outros artigos, entidades esportivas passaram a buscar, no compliance, uma melhora na sua reputação e na atração de mais parceiros de negócios, mas esqueceram que as regras criadas precisam ser seguidas por todos os envolvidos na organização, partindo do presidente e chegando em todos os demais colaboradores da equipe. Esse comportamento é tão importante que é o primeiro princípio de um programa de conformidade efetivo (para mim, o principal), o “Ton from the top”.

O futuro fará obsoleta aquela administração temerária de dirigentes despreparados que estão na contramão da evolução gerencial.

Não há mais espaço apenas para a política dentro do esporte. O futebol será profissional também fora de campo, e a gestão profissional é parte fundamental para esse processo.

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