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Convocação

Vivemos um momento crítico no mundo, uma pandemia de proporções ainda incalculáveis. Esse momento está obrigando todos a trancar as portas de casa e deixar o mundo do lado de fora. Isso inclui atletas, treinadores e, claro, aqueles que atuam na Justiça Desportiva. E nesse momento, algumas pessoas me procuraram para saber mais sobre o Direito Desportivo e esse mercado que para muitos parece inacessível. Como não temos grandes polêmicas ou casos interessantes nesse momento, vou aproveitar esse espaço para dizer algo que algumas pessoas gostariam de ouvir: jovens, nós do Direito Desportivo precisamos de vocês.

Sim, é isso mesmo. O Direito Desportivo, ao contrário do que muitas pessoas pensam, ainda é um ramo que tem poucos profissionais, e que precisa de jovens entusiastas, dispostos a ajudar a construir um ramo do direito que, diferente de outros, teve que subir as paredes sem antes ter uma fundação sólida. A prática foi mostrando necessidades, e essas necessidades são cada vez maiores, mas ainda há muita necessidade de estruturação de uma base teórica sólida. Isso faz com que vários caminhos possam ser seguidos por quem quer conhecer mais desse que é certamente o mais apaixonante dos caminhos que os jovens podem escolher, ainda que seja também um dos mais desafiadores.

Para quem quer começar cedo, existem vários grupos de estudo espalhados pelas universidades do Brasil. USP, UFRJ, UFPR, UNESP, UFMG e várias outras universidades já possuem grupos bastante ativos. Esse é o caminho para começar a ter contato com o Direito Desportivo desde a graduação, já que poucas universidades oferecem a disciplina em sua grade no curso de graduação. Também é o melhor caminho para aqueles que querem conhecer pessoas e, quem sabe, conseguir estágios em escritórios com áreas especializadas em desporto e entretenimento.

Existem vários cursos de pós-graduação em Direito Desportivo que estão disponíveis online, e esse é um ótimo caminho para quem quer conhecer mais sobre a área, mas mora em cidades distantes de cidades com mais tradição nessa área, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre e Florianópolis. Ainda que esteja longe de ser a melhor alternativa, pois a rede de contatos construída durante um curso presencial é certamente tão importante quanto as aulas teóricas. De maneira geral, essa é a melhor maneira para conhecer o Direito Desportivo de uma perspectiva ampla e aplicada.

Na cidade de São Paulo há dois cursos que se destacam. O primeiro é oferecido pela AASP e coordenado pelo Presidente do Instituto Brasileiro de Direito Desportiva (IBDD), Leonardo Andreotti. O segundo é organizado pelo Instituto Iberoamericano de Derecho Deportivo (IIDD) e oferecido no Brasil em parceria com a Federal Concursos, coordenado pelo Presidente do IIDD, professor Luiz Marcondes.

Os cursos de pós-graduação em Direito Desportivo apresentam os tópicos mais presentes no mercado nacional e internacional. São cursos muito voltados para a prática e onde vocês poderão discutir tudo o que se pratica atualmente. Nesse nível vocês vão encontrar muitos profissionais, um mercado que ainda que não esteja saturado já está bem povoado.

Mas, como eu disse antes, nós precisamos de vocês. E precisamos não apenas para continuar fazendo o que é feito, mas para fazer o que ainda não conseguimos fazer. A teoria jusdesportiva ainda é cheia de buracos, e há muitos pontos que sequer são explorados. E aí é que estão as melhores oportunidades. Temos poucos teóricos de Direito Desportivo no país, não chegando a três dúzias de doutores espalhados pelo país inteiro.

O caminho não é fácil, mas certamente é prazeroso. Estudar o esporte tem suas vantagens, pois estamos sempre em contato com algo que é apaixonante por natureza. Não é fácil principalmente porque não temos um número grande de cursos de mestrado e doutorado na área. Aquele que mais se destaca é o PUC-SP, muito bem liderado pelo professor Dr. Paulo Sérgio Feuz, mas há outras opções. As universidades públicas têm apresentado um número crescente de estudos sobre Direito Desportivo nos mestrados e doutorados das escolas de Direito e Esportes.

Aqueles que estão entrando no mercado neste momento têm uma oportunidade que os que vieram antes não tiveram, pois foram responsáveis por um processo de criação e estruturação que é penoso, e os que virão depois podem encontrar um mercado já saturado. Esse é o melhor momento para quem tem interesse em entrar nesse apaixonante mercado. Então, se você gosta de esporte e quer trabalhar com Direito Desportivo, não perca a chance! Como diria o professor Luiz Marcondes, também colunista do Lei em Campo, “vocês estão todos convocados”!

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