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Copa do Mundo de 2027 vai mudando realidade do futebol feminino no Brasil

Desde o último dia 26, a FIFA está realizando visitas às 12 cidades sedes pré-selecionadas para abrigar partidas da Copa do Mundo Feminina de 2027 no Brasil. Na sexta-feira passada, 4 de outubro, foi a vez do Estádio Olímpico do Pará, popularmente conhecido como Mangueirão, receber a comitiva da entidade máxima do futebol.

O Mangueirão foi completamente reformado nos últimos dois anos para se adequar ao padrão exigido por entidades internacionais – em setembro de 2023 o estádio recebeu o jogo entre Brasil e Bolívia, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026. Em Belém, foram analisadas as condições do estádio para receber as partidas do mundial, além da infraestrutura da cidade em serviços, transporte, estrutura do aeroporto, hospitalidade e outros.

O processo de escolha também levará em consideração o legado que será deixado para o futebol feminino local após a Copa do Mundo de 2027. Essa também é uma preocupação da Federação Paraense de Futebol (FPF), que está promovendo um alto investimento na modalidade nos últimos anos. Com o apoio do governo do Pará, a quantidade de jogos femininos no estado saltou de 35 em 2021 para mais de 200 no ano de 2024.

“Tivemos a oportunidade de apresentar à FIFA a ascensão do futebol feminino no Estado do Pará, que cresceu 700% nos últimos 3 anos, saltando de uma competição com 35 jogos em 2021 para oito competições com mais de 200 jogos em 2024. Além disso, todo o trabalho com a arbitragem feminina tem alcançado excelentes resultados nacionais. Tenho a convicção de que este trabalho será reconhecido e coroado”, pontuou Ricardo Gluck Paul, presidente da FPF.

A advogada Ana Mizutori ressalta que o Pará é um exemplo de transformação e dedicação ao futebol feminino.

“O estado experimentou um aumento extraordinário na modalidade, saltando de uma para oito competições femininas em apenas três anos, com mais de 200 partidas. A FPF tem sido fundamental nesse processo, ao estruturar e financiar essas competições, além de promover a capacitação de árbitras e a criação de projetos de proteção contra assédio”, afirma a especialista em direito desportivo.

“Esses avanços são evidências de um compromisso crescente com o futebol feminino, tanto em nível regional como global. A ascensão do Pará reflete uma gestão visionária que não só acredita no potencial da modalidade, mas também trabalha incansavelmente para garantir sua sustentabilidade e crescimento contínuo. Com iniciativas como essas, o Brasil se fortalece como um candidato em potencial para sediar a Copa do Mundo Feminina de 2027, mostrando ao mundo o valor do futebol feminino e a força de suas atletas”, acrescenta.

Avanços do futebol feminino

Nos últimos anos, o futebol feminino tem experimentado um crescimento sem precedentes em termos de visibilidade, investimento e reconhecimento global. A modalidade conquistou novos espaços, derrubando barreiras históricas e culturais que antes limitavam sua expansão.

Até poucos anos atrás, o futebol feminino enfrentava uma série de desafios que impediam seu desenvolvimento. A falta de visibilidade na mídia, os baixos investimentos e o preconceito cultural eram alguns dos obstáculos que jogadoras e treinadores precisavam superar. No entanto, esse cenário mudou.

“O futebol feminino, tanto no Brasil quanto no mundo, tem experimentado um crescimento notável nos últimos anos, impulsionado por esforços significativos em diversas áreas, como aumento de competições, maior visibilidade, e avanços legislativos que protegem e incentivam as atletas”, destaca Ana Mizutori.

No Brasil, clubes como Corinthians, Ferroviária e Palmeiras passaram a investir mais em suas equipes femininas, e a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) lançou a obrigatoriedade de que os clubes participantes da Série A do Campeonato Brasileiro tivessem times femininos estruturados.

“Por aqui (no Brasil), a CBF implementou nos últimos anos exigências para que clubes da Série A do futebol masculino tenham equipes femininas para disputarem competições oficiais, como o Campeonato Brasileiro Feminino. Isso, aliado ao maior apoio financeiro e midiático, tem levado à criação de novas equipes e competições, como a Série A1 e A2 do Brasileirão Feminino, bem como a Supercopa Feminina. Além disso, figuras de destaque, como Marta e Formiga, ajudaram a popularizar o futebol feminino no país e serviram de inspiração para novas gerações de jogadoras”, cita Ana Mizutori.

No campo jurídico, a advogada destaca as atualizações legislativas e regulamentares emanadas que foram realizadas pelas entidades de prática desportiva para proteger as atletas e garantir seus direitos, sendo marco importante, ao garantir os direitos trabalhistas das atletas e assegurar que elas tenham acesso aos mesmos benefícios que os jogadores masculinos.

“Além disso, legislações mais recentes têm focado em temas como igualdade salarial, assédio sexual e moral no ambiente esportivo, e programas de apoio à maternidade, garantindo que as atletas possam conciliar a carreira esportiva com a vida pessoal sem prejuízos”, acrescenta.

Copa do Mundo Feminina 2027

A realização da Copa do Mundo Feminina de 2027 no Brasil, pela primeira vez na história, é um marco simbólico dessa evolução, consolidando a importância do esporte no cenário nacional e internacional.

“A Copa do Mundo de Futebol Feminino tem sido uma das plataformas mais importantes para a evolução da modalidade. A edição de 2019, na França, bateu recordes de audiência, com mais de 1 bilhão de espectadores em todo o mundo, e foi fundamental para consolidar o futebol feminino como um esporte de massa. A FIFA tem trabalhado em expandir a modalidade, com o objetivo de ampliar o número de equipes e competições internacionais. Em 2023, a Copa do Mundo Feminina na Austrália e Nova Zelândia contou com 32 seleções, reforçando essa tendência de inclusão”, finaliza.

Crédito imagem: ANSA/AFP

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