A Federação Paulista de Futebol (FPF) definiu nesta segunda-feira (25) os 32 grupos da Copa São Paulo de Futebol Júnior, a Copinha. Em 2025, a principal competição das categorias de base do país chega à sua 55ª edição, com 128 clubes, sendo 20 estreantes, disputando o título a partir de 2 de janeiro.
Muitas pessoas enxergam o torneio como uma espécie de último estágio antes do profissional, porém a realidade não é bem essa. Muito pelo contrário: são poucos os jovens que, após disputarem a Copinha, se tornam profissionais da bola.
No Brasil, as chances de uma pessoa se tornar um jogador profissional de futebol são remotas. De acordo com um artigo produzido pela Revista Brasileira de Ciências do Esporte, essa probabilidade é de apenas 1,5%.
Outro dado importante refere-se à questão salarial. De acordo com um levantamento recente, o Ministério do Trabalho e Previdência estimava a existência de 11 mil atletas profissionais com carteira assinada, com uma média salarial de R$ 8,4 mil.
Se incluirmos os atletas das categorias de base com vínculo profissional, há mais de 90 mil jogadores nesse universo. Entre eles, 33% ganham entre R$ 1 mil e R$ 5 mil, enquanto apenas 12% recebem mais de R$ 5 mil, segundo dados da Universidade do Futebol.
Já de acordo com a Universidade do Futebol, com base em dados da CBF de 2018, 55% dos jogadores profissionais no Brasil recebiam apenas um salário mínimo (R$ 1.100 à época).
Esses números reforçam a tese de que pouquíssimos jogadores são ricos. A realidade do futebol não é a de Neymar, Messi, Cristiano Ronaldo, Mbappé, entre outros. Claro que a Copinha pode ser um caminho para um sonho improvável, mas possível. No entanto, após superar a barreira do profissionalismo, surge um segundo grande desafio: a questão social.
Muitos jogadores deixam de investir nos estudos para se dedicarem totalmente ao futebol. Um dos grandes problemas é o impacto disso no futuro, com atletas encerrando carreiras curtas, pouco rentáveis, e sem uma boa formação para seguir a vida em outra área.
Nesse sentido, a advogada desportiva Ana Mizutori destaca que a legislação esportiva vigente no Brasil possui dispositivos importantes.
“A Lei Geral do Esporte (LGE) passou a dispor de forma expressa sobre o direcionamento dos atletas em formação esportiva. Assim como a Lei Pelé, que já condicionava a formação desportiva à frequência escolar, a LGE fomenta a educação dos atletas. Essa é uma medida fundamental para a maioria dos atletas em formação que não se profissionalizam, garantindo que tenham uma base de ensino e contribuindo para a construção de um ser humano autocentrado, alinhado à determinação, à disciplina e aos demais benefícios do esporte”, afirma.
Ou seja, o sonho de ser jogador profissional deve sempre ser oferecido a toda criança e adolescente, juntamente com educação, saúde e segurança.
Copinha 2025
A competição será disputada entre os dias 2 e 25 de janeiro. Ao todo, 128 equipes participarão do torneio.
O sistema de disputa será o mesmo das edições anteriores, com 32 grupos de quatro equipes cada, em diferentes cidades do estado de São Paulo. Os times jogarão entre si e, após as três rodadas, os dois primeiros de cada chave avançarão para o mata-mata. Os locais das partidas desta fase serão definidos ao longo do torneio, e os classificados serão decididos em jogos únicos.
Uma das sedes da primeira fase da Copinha será o Ibrachina FC. Criado a partir de um projeto social, o clube almeja ser um dos maiores reveladores de jogadores no Brasil e, futuramente, migrar para o futebol profissional.
Sediado no bairro da Mooca, zona leste de São Paulo, o Ibrachina FC conta com uma estrutura que atende jovens das categorias sub-15, sub-17 e sub-20, além de crianças das comunidades de Heliópolis e São Mateus. A edição de 2025 da Copinha será a terceira em que o clube será uma das sedes do torneio.
“Queremos sempre melhorar para que a formação dessas crianças seja a melhor possível. Para isso, precisamos nos atentar à infraestrutura oferecida para elas. Além disso, para fomentar o esporte como um todo, temos uma localização privilegiada, permitindo que todos possam acompanhar de perto esta edição da Copinha. Estamos orgulhosos de apresentar um novo gramado, fruto de uma parceria recente, que com certeza trará bons resultados. O gramado já será utilizado nas edições masculina e feminina da Copinha. A mesma tecnologia é utilizada por grandes clubes de São Paulo. Gostaria de mandar um abraço para o nosso parceiro, Alessandro, da Soccergrass”, disse Henrique Law, presidente do Ibrachina FC.
Confira aqui as sedes e grupos da Copinha 2025.
Crédito imagem: Corinthians/Divulgação
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