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Coronavírus pode adiar novas regras sobre menores na Premier League

A Premier League segue sem data confirmada de retorno por causa da pandemia do novo coronavírus. A Liga segue em contato permanente com autoridades de saúde em busca de um caminho que torne possível que a principal competição nacional de futebol seja retomada. Com essa paralisação, os clubes ingleses agora torcem para que a introdução dos regulamentos do Brexit sobre a contratação de jovens estrangeiros seja adiada até o outro verão europeu.

Pelas regras estabelecidas com a chegada do Brexit, a contratação de menores mudou. A nova determinação não permitirá mais que novos jogadores vindos de fora da Inglaterra sejam registrados com menos de 18 anos, como foi o caso do Arsenal que assinou com Hector Bellerin, de 16 anos

A mudança iminente nas regras teve o impacto de forçar os clubes a tentar apresentar planos para contratar jogadores que cumprissem os critérios para que pudessem chegar antes da data limite. No entanto, essa ideia de recrutamento dos clubes agora está no ar, com o futebol em espera, deixando os clubes na expectativa de que o prazo seja estendido até a próxima temporada.

Com o Brexit, os clubes passaram a estar sujeitos aos regulamentos da FIFA, e não mais a à legislação da comunidade europeia.

O Brexit – termo mais comumente usado quando se fala sobre a decisão do Reino Unido de deixar a União Europeia – entrou em vigor no final de janeiro, depois de muitas idas e vindas. Essa saída foi definida através de consulta popular, mas incomoda muitos ingleses, europeus, e também pessoas espalhadas pelo mundo inteiro. Inclusive o mundo do futebol.

Casos como o de Paul Pogba e Cesc Fabregas, que vieram para a Premier League (pela primeira vez) antes dos 18 anos de idade, não mais acontecerão. Isso porque, de acordo com o regulamento da FIFA para transferência internacional de atletas, a idade mínima para tal transferência é de 18 anos de idade, salvo em três exceções, uma delas sendo de menores entre 16 e 17 anos nacionais de países pertencentes à União Europeia – esses podiam livremente viver e trabalhar no Reino Unido sem qualquer dificuldade.

Os atletas europeus até agora não se enquadravam na regra imigratória inglesa para estrangeiros. A partir do Brexit, eles passam a ter que respeitar as mesmas regras imigratórias de qualquer atleta não britânico e não comunitário, como um brasileiro, um japonês, etc. Então, um atleta francês, ou português, por exemplo, passa a ser igual a um japonês, ou brasileiro, para o futebol inglês, salvo algum tratado específico no futuro. Mas essa é a tendência de hoje, com a leitura fria do Brexit e ainda sem uma adequação às especificidades do esporte.

A contratação de jovens talentos antes dos 18 anos de idade era estratégia importante para dos clubes da Premier League. Essas promessas eram adquiridas a preços “baixos” na expectativa de uma venda super lucrativa no futuro. Trazia também igualdade de competição entre a Premier League e as demais ligas europeias na fonte de talentos. Com o Brexit, a Premier League fica dois anos atrás das demais ligas europeias na busca de jovens talentos.

A verdade é que o futebol tem outras prioridades. E, hoje, a maior de todas é a saúde de todos que se envolvem com o jogo. Pensar nas novas regras sobre contratação de menores é algo que foi para o fim da fila das prioridades.

Com isso, é bem provável que os clubes ganhem prazo, e depois que o futebol volte a uma relativa tranquilidade, se consiga renegociar esse idade mínima, a fim de manter a PL competitiva com as outras ligas europeias no recrutamento de jovens talentos.

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