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Counter-strike 2

Em novembro de 2000, a desenvolvedora norte-americana Valve, juntamente com a saudosa publisher Sierra, revolucionaram o mundo dos games ao lançar o jogo Counter-Strike, popularmente conhecido por “CS”.

Basicamente, o CS, que é do gênero first person shooter (FPS, ou tiro em primeira pessoa) e deriva de um aclamado jogo lançado pelas mesmas empresas dois anos antes – Half-Life – foi o responsável pela febre das LAN Houses no Brasil e, consequentemente, iniciou o mercado de eSports por aqui. Simples, fácil de jogar e agradável a quase todas as configurações de computador disponíveis, o CS rapidamente caiu no gosto popular e se mantém em alta, vivíssimo, há mais de duas décadas.

Discussões a parte (afinal, há debate sobre violência, games etc – escrevemos sobre o tema nesta coluna anteriormente), recomendo um excelente texto de Pablo Miyazawa[1] narrando como o CS foi primordial para o sucesso da rede paulista de LAN Houses Monkey, bem como traz fatos concretos e interessantes sobre o engatinhar dos eSports e do elo entre marcas, games, atletas e organizações de esportes eletrônicos no Brasil. Vale a leitura.

Pois bem. Em maio de 2023, a Valve anunciou que lançará o Counter-Strike 2, notícia que causa enorme frisson no mundo dos eSports.

Afinal, é a primeira grande mudança no revolucionário título desde 2012, quando lançada a versão CS: GO (Counter-Strike Global Offensive), que é, segundo a Esports Charts[2], o terceiro jogo mais popular de eSports em todo o mundo (números de maio de 2023).

E o que isso impacta em termos desportivos?

Numa comparação grosseira, é como se a FIFA mudasse o tamanho da bola, do campo e das traves. Altera completamente o “meta”, isto é, o modo mais eficaz de jogar competitivamente para atrair os melhores resultados.

O impacto, portanto, é imensurável. As equipes e seus jogadores vão ter de se adaptar a um estilo de jogo novo, que se mantinha praticamente inalterado há mais de uma década.

Os grandes torneios do cenário de CS:GO (“Majors”), como o Intel Extreme Masters (sim, patrocinado pela gigante dos chips de processamento e organizado pela alemã ESL), invariavelmente devem adotar o CS2. E a expectativa é de premiações cada vez mais altas, pois o ineditismo de um jogo novo tende a atrair mais público e ser alvo de maior exposição midiática.

Ainda não há data certa para o lançamento (a ESPN estima entre junho e agosto de 2023[3]), mas é evidente que a Valve percebeu o sinal de alerta vindo da concorrência: o Valorant, jogo FPS da Riot Games, vem crescendo anualmente e já ocupa a quarta posição em popularidade, uma atrás do CS:GO, segundo a própria ESPORTS CHARTS[4].

No Brasil, embora o CS:GO continue sendo um dos queridinhos do público, que notoriamente lota as arquibancadas da Jeunesse Arena, no Rio, para assistir aos Majors por aqui, outros FPS também estão no gosto do público, como Fortnite e FreeFire, talvez pela excelente capilaridade que possuem graças à versatilidade de funcionarem em várias plataformas diferentes. Segundo a ESPN[5], há possibilidade de que o CS2 venha a ser compatível com consoles e, talvez, celular, o que abriria uma gama enorme de torneios específicos para cada plataforma.

Não se pode esquecer, também, do fenômeno Gaulês, influenciador digital com milhões de seguidores que é ex-atleta de CS:GO, iniciado, segundo ele próprio, na unidade Monkey do bairro do Tatuapé, em São Paulo, em perfeito alinhamento ao início desse texto.[6]

Assim, pode-se dizer que há muito, mas muito hype para o lançamento do CS2, que deve ocorrer ainda em 2023. E, de certo, as organizadoras de competições vão, cedo ou tarde, modificar seus regulamentos desportivos para abraçar o novo FPS da Valve.

Crédito imagem: Divulgação

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[1] https://www.redbull.com/br-pt/games-passado-esports-brasil.

[2] https://escharts.com/top-games?order=peak

[3] https://www.espn.com.br/esports/artigo/_/id/12108849/tudo-sobre-counter-strike-2-guias-dicas-esports-muito-mais

[4] https://escharts.com/

[5] Op. Cit.

[6] https://www.espn.com.br/esports/artigo/_/id/4907344/criado-na-resiliencia-curado-pela-tribo-a-historia-de-gaules

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