O presidente afastado da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Rogério Caboclo, contratou uma perícia grafotécnica para analisar um documento manuscrito apresentado na última quinta-feira (1) na qual acusa o ex-presidente da entidade Marco Polo Del Nero de fazer uma proposta de R$ 12 milhões para evitar que a denúncia de assédio moral e sexual contra uma funcionária fosse apresentada.
O laudo tem 25 páginas e foi assinado pelos peritos Mauro Ricart Ramos e Alessandro Ricart Ramos.
“Fundamentados nos elementos de valor grafoscópico, observados e avaliados, no transcurso da cuidadosa análise pericial realizada, os peritos signatários do presente Parecer Técnico, concluem com certeza e plena segurança técnica, pela unidade de punho escritor, ou seja, os lançamentos gráficos constantes na ‘Folha de Bloco de Papel’, motivo de perícia; e os lançamentos manuscritos, apostos nos documentos padrões, foram emanados por uma mesma pessoa”, concluem os peritos no parecer técnico.
Segundo a nota enviada pela defesa Caboclo, a perícia comprovou “com certeza e plena segurança técnica”, que o manuscrito “foi escrito de próprio punho pelo ex-dirigente Marco Polo Del Nero”.
Por fim, o dirigente afirma que “o documento é a prova cabal de que as acusações contra Rogério Caboclo fazem parte de um golpe planejado por Marco Polo Del Nero para plantar aliados no comando da CBF e, assim, voltar a dar as cartas na entidade”.
Leia a íntegra da nota de Rogério Caboclo
“Uma perícia grafotécnica contratada pelo presidente da CBF, Rogério Caboclo, comprovou “com certeza e plena segurança técnica” que o manuscrito que trata da proposta de acordo de R$ 12 milhões para que uma funcionária da entidade não formalizasse e divulgasse acusações contra o atual chefe da confederação foi escrito de próprio punho pelo ex-dirigente Marco Polo Del Nero, banido do futebol por corrupção.
Nesta quinta-feira (1), Marco Polo Del Nero classificou a revelação do manuscrito como “acusações desconexas e inverídicas” e disse que o presidente Rogério Caboclo seria mentiroso.
O laudo de 25 páginas, assinado pelos peritos Mauro Ricart Ramos e Alessandro Ricart Ramos, comparou o manuscrito com diversos documentos reconhecidamente escritos à mão e assinados por Marco Polo Del Nero.
A anotação feita por Del Nero aponta o valor de R$ 12,409 milhões, quantia que deveria ser paga pela CBF como uma indenização à funcionária em troca da não apresentação da acusação. Logo à frente do número 12.409 foi escrito: “corresp [correspondente] 20 anos de salário, transferindo ao valor presente a uma taxa [de correção] de 2,75 [%] anual”.
A negociação proposta por Del Nero e por seus aliados exigia inicialmente R$ 12 milhões, correspondentes ao pagamento dos vencimentos mensais até a ocasião da aposentadoria da funcionária, mediante sua imediata demissão para que essa acusação não fosse apresentada à Comissão de Ética e tornada pública. No final, a oferta foi reduzida para R$ 8 milhões. Rogério Caboclo recusou a proposta por escrito, no dia 4 de junho, sexta-feira, às 11h28.
No mesmo dia, horas depois da recusa do presidente da CBF, às 13h55, a funcionária formalizou a acusação no Conselho de Ética da entidade e o caso foi tornado público, a despeito do segredo processual decretado. Dois dias depois, num domingo, Caboclo foi afastado do cargo, sem ser ouvido e desconhecendo o conteúdo do processo.
Este documento é a prova cabal de que as acusações contra Rogério Caboclo fazem parte de um golpe planejado por Marco Polo Del Nero para plantar aliados no comando da CBF e, assim, voltar a dar as cartas na entidade”
Crédito imagem: CBF
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