As polêmicas envolvendo o time de esportes eletrônicos do Flamengo existem desde a sua criação, no entanto as denúncias feitas contra o time no final de 2021 são responsáveis pela torcida do clube exigir que a diretoria desfaça o contrato de licenciamento com a empresa que atualmente faz a gestão do time competitivo e de influenciadores.
Neste e nos próximos artigo do eSport Legal serão abordados todas as polêmicas do Flamengo nos esportes eletrônicos e suas avaliações jurídicas.
A gestão Go4It (2017-2019)
O Flamengo sedimentou a sua entrada nos esportes eletrônicos no final de 2017 através do contrato licenciamento da sua marca celebrado com a empresaCursor eSports, que havia sido recentemente adquirida pela Go4It Capital.
A modalidade escolhida foi o League of Legends. A Go4It comprou a vaga que pertencia a outro time no Circuito Desafiante (espécie de 2ª divisão) e montou um elenco com muito potencial.
Logo na primeira temporada de 2018 o time do Flamengo conseguiu a ascensão para o CBLOL (1ª divisão) e na segunda temporada já chegou à final da competição de elite do League of Legends Brasileiro, sagrando-se vice-campeão.
No ano de 2019 o Flamengo eSport era favorito incontestável. Na primeira temporada venceu 20 das 21 partidas que disputou na fase de grupo (95% de aproveitamento) e só foi derrubado na final. Dessa vez o vice-campeonato teve um gosto amargo. Já na segunda temporada o Flamengo foi finalmente campeão.
Bem-sucedida no League of Legends brasileiro, a empresa Go4It Capital se tornou investidora da equipe europeia G2 Esports, uma das maiores organizações de esporte eletrônico do mundo. No entanto, as regras da Riot Games proíbem que uma empresa tenha interesse econômico em mais de um clube, mesmo que de ligas diferentes, o que fez com que a Go4It abandonasse o contrato de licenciamento com o Flamengo no Brasil no final de 2019.
Apesar das quatro temporadas muito bem-sucedidas da gestão Go4It – uma ascensão, dois vices muito disputados e a conquista da taça – não faltaram polêmicas. E a maior delas foi a contratação da maior estrela do seu elenco.
Processo Red Canids vs Flamengo, Cursor eSportse Felipe “BrTT” Gonçalves
O elenco do time de League of Legends foi construído em torno do Felipe “BrTT” Gonçalves, o maior jogador da modalidade do brasil tanto em número de títulos quanto em valor da imagem. Antes de ser contratado pelo Flamengo, BrTT fazia parte da RedCanids.
No processo judicial movido pela Red Canids contra o Flamengo, Cursor eSports e o BrTT, a equipe narra que iniciou a negociação do jogador e chegou a fechar negócio, no entanto o Flamengo teria deixado de pagar até que o contrato do atleta terminasse, para contratá-lo como se fosse free agent e depois se negar a pagar o quantum negociado.
O processo, que se torna importante precedente para o mercado do esporte eletrônico, transitou em julgado em agosto de 2021, com o Flamengo e Cursor eSports (o jogador foi excluído do polo passivo) condenados a pagar a Red Canids.
Embora as hate raids existam a muito tempo, as plataformas de transmissão, em especial a Twitch.TV, na visão de seus usuários, não estabeleceu medidas para evitar que elas acontecessem e nem pune adequadamente participantes, em especial os criadores/incentivadores.
Por essa razão, no início de setembro foi organizado o #ATwitchDayOff, onde os criadores de conteúdo e espectadores do site não utilizariam a plataforma como forma de protesto contra a facilidade e impunidade que usuários mal-intencionados têm em propagar discurso de ódio.
Transição da Go4It Capital para SimplicityEsports and Gaming Company
Com a saída da Go4It e o interesse do Flamengo em permanecer presente no esporte eletrônico, o rubro-negro buscou um substituto, que se revelaria ser a Simplicity.
Ainda no final de 2019, a forma que Felipe “BrTT” Gonçalves saiu do Flamengo inaugurou as diversas polêmicas que a gestão Simplicity enfrentaria.
Em seu twitter, BrTT publicou um longo texto agradecendo o Flamengo e com pesar anunciando sua saída. Se destaca o trecho em que critica veemente a nova administração:
Estão tendo muitas mudanças na administração do Flamengo no esports, e eu nem sei mais se posso chamar de Flamengo ou se é só um time carregando o nome. Mas eu preciso ser fiel a vocês e dizer que não confio no novo projeto.
No próximo eSports Legal abordaremos a gestão Simplicity e suas polêmicas.
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