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Cultura do esporte não é a da vitória a qualquer custo

Em um das suas últimas coletivas de imprensa, o técnico do Liverpool, Jürgen Klopp, mencionou que tem se inspirado, desde 2001, na cultura  de excelência adotada pelo equipe de rugby da Nova Zelândia, os All Blacks.

Com os créditos devidamente dados aos All Blacks e sua cultura de excelência, o técnico alemão disse ter guardado consigo alguns ensinamentos divididos pela equipe da Nova Zelandia apresentados em um documentário.

 A frase dos All Blacks usada Klopp foi: “Sentimos que estamos no meio de algo, não no fim. Temos que dar tudo até terminarmos nossas carreiras. Enquanto você vestir esta camisa, não é permitido menos do que 100% de entrega.”

Em conversa com Antônio Martoni, um dos maiores nomes do rugby no Brasil, descobri que esse cultura de aperfeiçoamento constante, de chegar ao topo e se manter ali o máximo de tempo possível através da humildade, compromisso, superação, trabalho em equipe, força em conjunto, respeito ao adversário, respeito ao próximo e a si mesmo, já é disseminada a bastante tempo no mundo do rugby.

Martoni ainda lembra que “Klopp não é o primeiro grande nome do futebol que vem se inspirando nos ensinamentos do rugby”. Não só nas estratégias de jogo, mas também nos seus valores éticos e morais, Pep Guardiola, que é muito amigo de Eddie Jones, técnico da seleção inglesa de Rugby, vem trocando experiências com o técnico.

Conhecido por ser “um esporte de brutos jogados por cavalheiros”, o rugby tem a sua filosofia de jogo inspirada em cinco valores: integridade, respeito, solidariedade, paixão e disciplina.

Além disso, esses ensinamentos/valores agregados do rugby são fielmente seguidos, ou seja, dentro e fora de campo. É um ensinamento constante e uma busca por tentar ser um ser humano melhor a partir dos valores que você externa nos gramados, complementa Martoni.

Ainda, diz o comentarista da modalidade nos canais ESPN, a teoria dos All Blacks se baseia nisso, você só será melhor dentro do campo se agir igual fora dele, na sua vida, no mundo do rugby por conta disso o esporte só se tornou profissional em 1995, até então era usado como modelo formador de cidadãos em escolas, com função educacional.

Assim como a cultura do Compliance vem buscando a mudança de comportamento na gestão do esporte, o rugby também pensa além dos gramados.

No entanto, a cultura do esporte não é a da vitória a qualquer custo. Aliás, o resultado final no placar num grande jogo nem sempre é o que mais importa. No rugby, o que mais importa é você fazer o seu melhor, 100% sempre, e seu time também, ou seja, tudo o que você puder controlar você tem que fazer da melhor forma possível, e o que você pode controlar é apenas você e seus companheiros, não controla adversário, arbitragem e condições climáticas. Assim, “superar a sua própria performance torna você sempre vitorioso”, complementa Martoni.

Programas de integridade visam o bem da instituição, fazendo com que o seu sucesso seja fruto da sua organização, dedicação e esforço, deixando de lado o “jeitinho” mais fácil e tornando, seu respeito, a integridade e ética a sua maior virtude, com o no rugby.

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