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Direito e esporte: de onde viemos? Para onde queremos ir?

Com muita alegria, iniciamos juntos esta nova jornada no Lei em Campo, com a coluna “Pensando o esporte”. Primeiro, aceitei o convite. Só então me deparei com a dificuldade: sobre o que escrever? O tema é esporte, claro. E direito. Mas, a partir daí, quantas possibilidades! Após olhar cuidadosamente para cada uma delas, cheguei a um desejo antigo: pensar o esporte (e o direito) para além do jogo. E fazer isso por meio de histórias.

Por isso, neste pequeno encontro semanal, dividiremos casos sobre diversas modalidades, clubes, atletas e torcidas. Abordaremos suas repercussões históricas e jurídicas. Eventualmente, nos arriscaremos em tendências e possibilidades futuras. Em resumo, veremos como a história explica o esporte e, principalmente, como o esporte explica a história (afinal, como disse Oscar Wilde, A vida imita a arte muito mais do que a arte imita a vida). Tentaremos compreender o fenômeno esportivo pela voz e pela trajetória das pessoas que dele fizeram e fazem parte.

Um autor que li recentemente[1] afirmava que o estudo da história visa acima de tudo nos tornar cientes das possibilidades que talvez não levássemos em consideração. Ao ouvir histórias, nos damos conta de como nossos pensamentos e sonhos ganharam forma – e podemos começar a pensar e sonhar de modo diferente. Segundo o mesmo sujeito, o estudo da história não dirá qual deve ser a nossa escolha, mas ao menos nos dará opções.

Assim é o esporte enquanto fenômeno social e jurídico. Entender a sua formação e o lugar que ocupamos nele como indivíduo e coletividade pode nos ajudar a responder perguntas como: de onde viemos? Quem somos? Onde estamos? Para onde queremos ir?

Como um DNA que transmitido de uma geração para outra é fundamental para a evolução e para a perpetuação de uma espécie, a mensagem construída e transmitida ao longo de anos da prática esportiva é fundamental para o seu contínuo desenvolvimento e para o aumento do seu potencial transformador como instrumento de melhoria social, tendo o direito como aliado. A importância da referência histórica como ponto de partida se dá, portanto, pela compreensão das ações presentes e da mensagem que se pretende transmitir no futuro.

Pelo esporte celebramos, disputamos, sentimos, pertencemos, acreditamos. Formamos identidades e comunidades. Evoluímos. Pensar o esporte hoje tem o potencial de construir possibilidades sobre o que será o esporte amanhã, e como viverão as pessoas afetadas pela sua prática. Quem queremos ser? As próximas gerações vão nos avaliar e nos cobrar pelo destino que demos ao hoje. Curiosidade, espírito e imaginação é o que precisamos para navegar. Vamos juntos.

[1] HARARI, Yuval Noah. Homo Deus: uma breve história do amanhã. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.

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