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Divulgação de diálogo do VAR em lance de Marinho é vitória da transparência

Após o Santos anunciar que enviaria um ofício à Conmebol pedindo o áudio da discussão dos árbitros do VAR na decisão de não marcar pênalti em Marinho aos 29 minutos do segundo tempo, a entidade demonstrou transparência e divulgou na manhã desta quinta-feira (7) o diálogo completo do lance. O critério de esclarecer eventuais lances duvidosos que contaram com o auxílio do árbitro de vídeo em competições sul-americanas já vem sendo adotado pela confederação.

“Um dos objetivos da Conmebol, de acordo com o artigo 4º do seu estatuto, é garantir a integridade e o jogo limpo. Ser transparente é, deste modo, uma obrigação inerente da instituição para com as associações membros e os seus clubes. Por outro lado, é necessário que tenhamos cuidado com a parcialidade nas divulgações. É interessante que a Conmebol se mantenha buscando ser o mais transparente possível, mas sempre de maneira imparcial e organizada, para que não se vulgarize a prática de solicitação e divulgação dos áudios”, avalia o advogado especialista em direito desportivo Pedro Juncal.

“Essa transparência é fundamental para todos entenderem qual foi a visão do árbitro em campo e também do árbitro de vídeo. O VAR também pode se equivocar, ali tem seres humanos que cometem erros, entretanto essa transparência é essencial para o bem do futebol e do árbitro de vídeo”, afirma Renata Ruel, comentarista de arbitragem e colunista do Lei em Campo.

A Conmebol também divulga um relatório detalhando diferentes regras sobre lances que geram polêmica.

“Além do vídeo, Conmebol mostra um relatório explicando regra e condutas. Isso é fantástico. Sem entrar no mérito da decisão (subjetiva), procedimento é golaço pro esporte e precisa ser aplaudido e copiado, em nome da transparência”, avalia Andrei Kampff, jornalista, advogado especialista em direito desportiva e colunista do Lei em Campo.

“A Conmebol desde a fase da Libertadores que o VAR foi acrescentado tem disponibilizado o diálogo de todos os jogos e ainda colocando a regra e o protocolo do VAR. É interessante pois de acordo com esse mesmo protocolo, a FIFA não permite a publicação do áudio, a CBF bate muito nesse ponto para não disponibilizar os do Campeonato Brasileiro e Copa do Brasil”, completa Renata Ruel.

Ao levar a melhor sobre o zagueiro Izquierdoz, do Boca Juniors, Marinho recebe um toque dentro da área e cai. Apesar do árbitro Roberto Tobar (CHI) colocar a mão no ouvido, demonstrando que o lance estava sendo checado pelo VAR, o juiz não marcou a penalidade e nem foi ao vídeo para rever o lance. Para Renata Ruel, comentarista de arbitragem e colunista do Lei em Campo, o pênalti deveria ter sido marcado e o VAR ter sugerido a revisão.

Logo após o choque, Tobar diz: “Limpo, nada”, seguindo a opinião da sala do VAR. O paraguaio Juan Benítez, assistente de vídeo na partida, percebe um contato e pede para que a partida não seja reiniciada. Constantemente, é possível perceber o VAR pedindo para analisar a jogada “em velocidade normal”.

Ao mudar o ângulo da câmera, Benítez toma sua decisão, optando pela não marcação da penalidade e pelo prosseguimento do jogo: “Seguimos. Roberto continua, seguimos”. Em nenhum momento Tobar foi aconselhado a analisar o lance no monitor.

A partida de volta entre Santos e Boca Juniors está marcada para a próxima quarta-feira (13), às 19h15 (horário de Brasília), na Vila Belmiro, valendo vaga para a final da Copa Libertadores.

Confira o relatório completo dos lances polêmicos da partida.

Crédito imagem: Conmebol

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