Cada dia a mais nesta pandemia nos convida a imaginar algum futuro, distante ou não, em que as liberdades das quais abrimos mão no presente, nos levem a novos tempos. Como aqueles capítulos finais que esperamos encontrar quando lemos ou assistimos romances distópicos. Um tempo que nem conhecemos, mas sempre desejamos.
Usando a mesma lógica do escritor Ariano Suassuna (“o otimista é um bobo, o pessimista é um chato. Melhor ser realista esperançoso!”), não sou otimista, nem sou pessimista e assim imagino estar daqui a 1 ano: definitivamente, livre da máscara, mas ainda portando o álcool em gel. Lavando as mãos com frequência e cuidado, porém não recusando apertos de mão cordiais. Provavelmente, mais por gosto do que por segurança, optando por locais ao ar livre e programando viagens.
E você, como imagina o mundo daqui a 1 ano?
Para o Comitê Organizador dos Jogos de Tóquio 2020, em 1 ano, o mundo estará repassando com alegria as maravilhas apresentadas na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio, que ocorrerá em 23 de junho de 2021. Em um futuro anunciado, o Estádio Olímpico da cidade de Tóquio, no Japão, receberá o mundo para a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos da XXXII Olimpíada. É o que assegura a organização do evento.
E para expressar esse compromisso e manter acesa a chama da esperança, a organização do evento disponibilizou um vídeo promocional dos Jogos, simbolicamente transmitido na data de ontem desde a tela principal do Estádio Olímpico e na mesma hora em que ocorrerá, em 2021, a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020.
Estrelado pela nadadora japonesa Rikako Ikee, que heroicamente venceu uma leucemia após 10 meses de tratamento, o vídeo traz mensagens de apoio a todos os atletas e exalta o esforço dos profissionais de saúde que, em tempos de pandemia, vem atuando com esforço semelhante ao de um atleta olímpico.
A atleta, vestida de branco, como uma sacerdotisa moderna, caminha pelo gramado do estádio, vazio e com pouca iluminação, mas que permite ver o que suponho seja uma lamparina ao centro e as arquibancadas do estádio totalmente vazias ao redor – o evento, obviamente, não foi aberto ao público. A lamparina, onde tradicionalmente se transporta a chama olímpica após acesa, seria uma espécie de farol de esperança que ilumina o movimento olímpico e o mundo, nos auxiliando a atravessar estes momentos tão desafiadores.
Do mesmo modo como eu projetei um futuro melhor e tento contribuir para que ele ocorra, usando máscara e saindo apenas para o que me parece indispensável, o Comitê Organizador também projeta seus esforços para os Jogos do próximo ano, imaginando um evento que promete permanecer em nossa memória para sempre como um símbolo da união e da solidariedade, “mostrando que juntos somos mais fortes”, como defende o slogan do evento.
E enquanto juntos trabalhamos para superar os desafios da Covid-19, nos resta observar a realidade que nos foi imposta como um alerta quanto aos cuidados a tomar para que o futuro seja como o esperado.
Não sabemos o que nos espera no futuro, se os Jogos de Tóquio ocorrerão em 2021 ou se, até lá, usaremos máscaras, mas a cada um de nós cabe desejar o porvir a partir de compromissos, formas sociais e valores praticados no presente.
Até lá, nos resta praticar tudo o que esperamos do mundo!
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Para saber mais:
https://tokyo2020.org/en/news/tokyo-2020-marks-one-year-to-go-to-olympic-games
