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Ele veio para ficar: compliance

No último dia 27, o maior escândalo do mundo do futebol completou cinco anos. O Fifagate, investigação realizada pelo FBI em conjunto com a inteligência do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, levou a prisão 14 dirigentes esportivos acusados de corrupção, e virou a FIFA de cabeça para baixo.

Desde então, não só a entidade máxima do futebol, como também todas as demais organizações da modalidade, passaram a ser ainda mais cobradas para que suas gestões fossem mais transparentes, integras e sérias. O esporte precisa ser protegido, assim como qualquer outra empresa.

Hoje, 5 anos depois, conseguimos perceber uma singela mudança, mas que já tem se mostrado importante para a credibilidade, organização, atração de investimentos para alguns clubes que já estão implementando a ideia do compliance.

Ainda que o compliance tenha virado uma palavra da moda no esporte, ainda pouco se vê um programa de integridade sair dos discursos da maioria dos gestores e se tornar realidade em seus clubes. Porém, já conseguimos perceber gestões que vem trabalhando com boas práticas, e levando os seus clubes nas direções certas. Preocupações com reputação, transparência, controles internos, combate a corrupção, gestão financeira controlada e retomada da credibilidade são pontos que já têm se visto por aqui.

O Flamengo, após acusações de pagamentos ilícitos, veio a público esclarecer a situação, rebater inverdades e informar de que todas as acusações serão investigadas e, em caso qualquer irregularidade, serão tomadas as medidas necessárias para a responsabilização e punição dos envolvidos. Além disso, afirmou que as contratações de seus prestadores de serviços seguem os parâmetros de compliance do clube, bem como as diretrizes das melhores práticas do mercado.

Em Minas Gerais os dois grandes clubes da capital, em situação bastante preocupante sob o aspecto financeiro, estão buscando se reerguer através da integridade. Cruzeiro, com a nova gestão assumindo, está focando em se reestruturar sob pilares de transparência e compliance, tal qual o Atlético-MG, que já tem mostrou não estar brincando quando o assunto é integridade. O Galo, com base no seu manual anticorrupção quebrou dois contratos de patrocínio, pois havia envolvimento de empresários das empresas patrocinadoras em investigações.

Em Porto Alegre, o Internacional, após a atual administração assumir o clube, passou a investir em investigações internas e externas e gestões financeiras mais inteligentes, fazendo com que o clube gaúcho já pudesse começar a perceber melhora significativa em pouco tempo dessa transformação. Situação muito semelhante vive o Sport, no Recife. Após assumir o clube em meio a um rebaixamento e dívidas altíssimas, a atual gestão do clube pernambucano já vem se organizando juridicamente para que não ocorram mais irresponsabilidades tão grandes no clube.

Grêmio, Palmeiras, Bahia, Athletico PR, Fortaleza e o próprio Flamengo já vêm, a algum tempo, mostrando que as boas gestões fora das quatro linhas são, sim, importantes para o sucesso das instituições dentro de campo .O Brasil não pode e, ao que parece, não quer mais ser conhecido como o país do “jeitinho”.  Compliance é a palavra que não pode ser tratada apenas como moda, mas sim como base para sustentar um novo modelo de gestão no futebol.

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