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Em dois anos, o que imperou foi a recorrência

Dois anos de Lei em Campo! Que projeto inovador e que congrega tanto talento e conhecimento na área do direito desportivo. É muito recompensador fazer parte deste projeto. A gama de temas e o banco de dados de conhecimento que o projeto formou neste período têm sido referência até mesmo fora do Brasil.

Como bem sabem, nossa coluna almeja sempre buscar temas de relevância para o Direito Esportivo no Brasil e na Europa, porém, com enfoque no Reino Unido onde temos experiência prática na matéria.

No segundo ano do projeto o que marcou (deixando a pandemia no banco de reservas por um instante, com a devida vênia), assim como se deu no primeiro ano, foi a recorrência. A Europa continua vivendo um período de muita incidência de racismo, abuso sexual de menores e tratamento desigual a mulheres praticantes das mais variadas modalidades de esporte. Há um ano dissemos que o esporte é o microcosmo da nossa sociedade. E continuará sendo.

Porém, ao longo do segundo ano tivemos duas situações que trouxeram mudanças significativas para o Direito Esportivo em nossa visão. A primeira delas, o caso do Manchester City contra a UEFA. Nunca tivemos uma punição tão severa como a que foi aplicada pela UEFA ao City em fevereiro deste ano: multa muito alta e exclusão de participação de qualquer competição da UEFA por dois anos. O City levou o caso para o Tribunal de Arbitragem do Esporte que reverteu a questão, pondo em questionamento e reflexão o modelo de governança financeira insituído pela UEFA, o chamado financial fair play. Continuaremos observando os efeitos deste caso.

A segunda mudança, se bem que podemos dizer ter sido mais questão de confirmação do que mudança em si, foi a campanha bem sucedida do Marcus Rashford durante o verão britânico. O jogador do Manchester United (e da seleção inglesa), de 22 anos de idade, por meio de sua campanha de lobby junto ao governo britânico, assegurou que cerca de mais de um milhão de crianças na Inglaterra tivessem acesso a merenda escolar mesmo durante as férias de verão. O resultado da campanha rendeu uma reformulação do atual sistema de merenda escolar, colocando em cheque toda e qualquer atuação do governo britânico nesta área, e também a merecida condecoração pela Rainha Elizabeth II ao jovem jogador que agora é MBE (Member of the Order of the British Empire).  O uso do status de celebridade aliado ao alcance das mídias sociais confirmam a importância do planejamento e  gerenciamento da carreira de atletas de forma global. Não devemos ignorar o potencial da presença digital e sua proteção como parte da estratégia da carreira de atletas. Assim, o operador do Direito Esportivo moderno deve se atentar e se preparar para esta importante vertente.

Com os devidos parabéns a toda a equipe do Lei em Campo pelo marco importante do projeto, ficam aqui os nossos agradecimentos aos leitores e colaboradores da nossa coluna. Que venha 2021 e o terceiro ano do projeto!

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