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Fair play na Premier League, alteração na regra, faltas desleais, reclamação com a arbitragem, simulação, cusparada, mordida e mais alguns momentos do futebol para refletir sobre o “jogo limpo”

Na Inglaterra, em jogo válido pela 2ª divisão inglesa, Leeds x Aston Villa empatavam em 0 a 0, quando aos 25 minutos do segundo tempo, o jogador Jonathan Kodjia, do Villa, foi derrubado pelo adversário, que com dores ficou no chão. Porém, o Leeds ignorou os pedidos para paralisar o jogo e Jonathan ser atendido, seguiu o lance até a bola chegar em Mateusz Klich, que fez 1 x 0. Isso gerou uma discussão acintosa entre jogadores e treinadores questionando o Fair Play. Em consequência, a expulsão do atacante Anwar Ele Ghazi. Porém, a pedido do treinador Marcelo Bielsa, no reinício de jogo a equipe do Leeds parou e deixou o Aston Villa seguir até sua área, tendo somente o zagueiro Pontus irritado e tentando um combate sem sucesso, ocorrendo assim o gol de empate depois de um raro Fair Play. O empate prejudicou a equipe do Leeds, que briga para regressar à primeira divisão da Inglaterra, mas o Fair Play, depois de muita discussão, prevaleceu.

O Fair Play não faz parte das regras do jogo de futebol, mas é citado no livro logo no começo, quando descrito sobre: “A filosofia e o espírito das Regras”. Em um dos trechos, observa-se que “O futebol deve ser praticado com base em regras que propiciem o jogo limpo (Fair Play), pois um pilar crucial do “jogo bonito” é sua legitimidade – essa é uma característica vital do “espírito” do jogo. Os melhores jogos são aqueles em que o árbitro é raramente requisitado, bem como aquele em que os jogadores o disputam sempre com respeito aos demais jogadores, árbitros e às regras. A integridade das regras, e dos árbitros que as aplicam, deve sempre ser protegida e respeitada. Todos aqueles que têm alguma autoridade, especialmente treinadores e os capitães das equipes, devem ter a clara responsabilidade, durante a partida, de respeitar os árbitros, bem como suas decisões”.

Uma das alterações que ocorreram nas regras do jogo, e entrou em vigor já na primeira rodada do Brasileirão 2019, se refere à “Regra 8 – O início e reinício do jogo”, mais especificamente a questão do reinício com bola ao chão.

É relevante dizer que a International Board, quando faz alguma alteração nas regras, explica o que a levou a isso. Veja imagem a seguir:

Ou seja, a explicação da Board mostra justamente a falta de Fair Play das equipes, tornando necessária uma das alterações mais relevantes nas regras em 2019/2020. Que tal analisar outras situações que envolvem o Fair Play? O que dizer da mordida dada pelo jogador Suarez na Copa do Mundo de 2014?

Onde há fair play em relação às árbitras assistentes por parte desses jogadores na foto a seguir? Uma das fotos foi tirada recentemente, na terceira rodada do campeonato alagoano de 2019.

No clássico válido pelo Paulistão 2019 entre Palmeiras x Corinthians, o atacante Deyverson sofreu uma falta, marcada pelo árbitro; antes da cobrança, cuspiu em seu adversário e foi expulso. Isso é o jogo limpo que a FIFA pede?

Na rodada que antecedeu o clássico, no jogo entre Oeste x Palmeiras, é possível analisar alguns – isso mesmo, alguns, e não apenas um – lances relacionados ao jogo limpo.

Que tal começar por essa entrada do zagueiro do Oeste no atacante do Palmeiras?

Você acredita que uma entrada dessas, em que a bola não está sequer em disputa no local em que o defensor atinge o adversário, está de acordo com os princípios do fair play?

E essas fotos da imagem acima, obedecem à questão de segurança que a FIFA preza? São formas de Fair Play?

Voltando ao jogo Oeste x Palmeiras, ainda foi possível ver pelo menos duas cotoveladas de jogadores da equipe do interior atingindo os da capital. E como não falar da atitude do treinador do Palmeiras, que pede para o Moisés ficar no chão para ganhar tempo (vídeo). O que faltou de fair play por parte de Felipão sobrou em Moisés, que se levantou.

Quantas vezes, em jogos, se vê um jogador caindo para ganhar tempo, sem estar lesionado? Sua equipe joga a bola para a lateral e depois ainda quer que o adversário a devolva. Não se usa de jogo limpo ao cair para ganhar tempo, mas se exige fair play do adversário na hora de devolver a bola na lateral.

A falta de fair play pode ocasionar confusões durante a partida, como no vídeo a seguir, em um Palmeiras x Flamengo.

E quando um jogador simula uma falta, uma agressão, tenta ludibriar a arbitragem, a torcida, também não está fazendo uso do fair play – assim como visto no vídeo no lance do Rivaldo.

Na verdade, infelizmente, não faltam lances e polêmicas sobre o fair play.

Porém, há, sim, lances em que ele foi usado, como no de Rodrigo Caio assumindo que ele se chocou com o seu goleiro, ocasionando a retirada do cartão amarelo que seu adversário tinha recebido. Isso, sim, é um grande exemplo, mas que muitos criticaram, indo contra o que a entidade maior do futebol tanto prega.

Não se pode falar desse assunto sem um dos maiores exemplos de fair play já vistos, que ocorreu em um jogo do Ajax – veja o vídeo a seguir.

A AFA, em 2018, criou em um de seus torneios o Cartão Verde, com o qual a intenção era premiar a boa ação futebolística.

Alguns fatores em que o cartão verde será aplicado: ajuda de um jogador a um adversário lesionado; reconhecimento do jogador diante de uma falha na decisão da arbitragem; bom comportamento dos pais espectadores; jogador ou técnico que evita protestar com a equipe de arbitragem.

“É uma iniciativa para o crescimento do fair play e respeito recíproco. Tem um valor exclusivamente simbólico”, segundo membros da comissão da AFA.

Para finalizar, como o fair play não faz parte das regras, não cabe ao árbitro exigir que seus jogadores o pratiquem. Na verdade, a arbitragem não pode interferir na decisão de um jogo limpo.

“My Game is Fair Play.” E o seu?

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