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Faltas desleais, reclamação com a arbitragem, simulação, cusparada e mais alguns momentos do futebol para refletir sobre o fair play

Na última semana, pudemos observar algumas situações de fair play no Brasil, ou melhor, da falta dele.

O fair play não faz parte das regras do jogo de futebol, mas é citado no livro logo no começo, quando descrito sobre “A filosofia e o espírito das regras.” Em um dos trechos, observa-se que “O futebol deve ser praticado com base em regras que propiciem o jogo limpo (Fair Play), pois um pilar crucial do ‘jogo bonito’ é sua legitimidade – essa é uma característica vital do ‘espírito’ do jogo. Os melhores jogos são aqueles em que o árbitro é raramente requisitado, bem como aquele em que os jogadores o disputam sempre com respeito aos demais jogadores, árbitros e às regras. A integridade das regras, e dos árbitros que as aplicam, deve sempre ser protegida e respeitada. Todos aqueles que possuem (sic) alguma autoridade, especialmente treinadores e os capitães das equipes, devem ter a clara responsabilidade durante a partida de respeitar os árbitros bem como suas decisões”.

Onde há fair play em relação às árbitras assistentes por parte desses jogadores na foto a seguir? Uma das fotos foi tirada recentemente, na terceira rodada do campeonato alagoano.

A ideia do fair play nasceu com as Olimpíadas Modernas, no ano de 1896, pelo Barão de Coubertin, organizador dos jogos, com uma frase marcante: “Não pode haver jogo sem fair play. O principal objetivo da vida não é a vitória, mas a luta”. Já no futebol, o fair play é adotado com o “My Game is Fair Play”, que é uma campanha criada pela entidade máxima do futebol, a FIFA, visando incentivar o cumprimento das regras, o bom senso e o respeito a jogadores, árbitros, adversários e torcedores.

No clássico paulista entre Palmeiras x Corinthians, o atacante Deyverson sofreu uma falta, marcada pelo árbitro; antes da cobrança, cuspiu em seu adversário e foi expulso. Isso é o jogo limpo que a FIFA pede?

Na rodada que antecedeu o clássico, no jogo entre Oeste x Palmeiras, é possível analisar alguns – isso mesmo, alguns, e não apenas um – lances relacionados ao jogo limpo.

Que tal começar por essa entrada do zagueiro do Oeste no atacante do Palmeiras?

Você acredita que uma entrada dessas, em que a bola não está sequer em disputa no local em que o defensor atinge o adversário, está de acordo com os princípios do fair play?

E essas fotos da imagem acima, obedecem à questão de segurança que a FIFA preza? São formas de Fair Play?

Voltando ao jogo Oeste x Palmeiras, ainda foi possível ver pelo menos duas cotoveladas de jogadores da equipe do interior atingindo os da capital. E como não falar da atitude do treinador do Palmeiras, que pede para o Moisés ficar no chão para ganhar tempo (vídeo). O que faltou de fair play por parte de Felipão sobrou em Moisés, que se levantou.

Quantas vezes, em jogos, se vê um jogador caindo para ganhar tempo, sem estar lesionado? Sua equipe joga a bola para a lateral e depois ainda quer que o adversário a devolva. Não se usa de jogo limpo ao cair para ganhar tempo, mas se exige fair play do adversário na hora de devolver a bola na lateral.

A falta de fair play pode ocasionar confusões durante a partida, como no vídeo a seguir, em um Palmeiras x Flamengo.

E quando um jogador simula uma falta, uma agressão, tenta ludibriar a arbitragem, a torcida, também não está fazendo uso do fair play – assim como visto no vídeo no lance do Rivaldo.

Na verdade, infelizmente, não faltam lances e polêmicas sobre o fair play.

Porém, há, sim, lances em que ele foi usado, como no de Rodrigo Caio assumindo que ele se chocou com o seu goleiro, ocasionando a retirada do cartão amarelo que seu adversário tinha recebido. Isso, sim, é um grande exemplo, mas que muitos criticaram, indo contra o que a entidade maior do futebol tanto prega.

Não se pode falar desse assunto sem um dos maiores exemplos de fair play já vistos, que ocorreu em um jogo do Ajax – veja o vídeo a seguir.

A AFA, em 2018, criou em um de seus torneios o Cartão Verde, com o qual a intenção era premiar a boa ação futebolística.

Alguns fatores em que o cartão verde será aplicado: ajuda de um jogador a um adversário lesionado; reconhecimento do jogador diante de uma falha na decisão da arbitragem; bom comportamento dos pais espectadores; jogador ou técnico que evita protestar com a equipe de arbitragem.

“É uma iniciativa para o crescimento do fair play e respeito recíproco. Tem um valor exclusivamente simbólico”, segundo membros da comissão da AFA.

Para finalizar, como o fair play não faz parte das regras, não cabe ao árbitro exigir que seus jogadores o pratiquem. Na verdade, a arbitragem não pode interferir na decisão de um jogo limpo.

“My Game is Fair Play.” E o seu?

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