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Federação e clubes do futebol mexicano são multados por práticas de monopólio

Na última quinta-feira (23), a autoridade antitruste do México, Cofece,  multou mais de uma dúzia de clubes de futebol do país e a Federação Mexicana de Futebol (FMF) por práticas de monopólio relacionadas aos tetos salariais e restrições de transferências de jogadores.

De acordo com o órgão, a FMF, 17 clubes do futebol mexicano e oito pessoas (não identificadas) foram multadas em 177,6 milhões de pesos (R$ 49 milhões).

Foram sancionados os seguintes clubes: América, Pachuca, Cruz Azul, Monarcas, Chivas Guadalajara, Santos Laguna, Tigres, Toluca, University, Rayados, Necaxa, Atlante, Tijuana, Atlas, León, Querétaro e Puebla.

Para o Cofece, depois que a liga feminina foi criada em 2016, os clubes ‘conspiraram’ para impor tetos aos salários das jogadoras entre 500 pesos (R$ 135) e 2 mil pesos (R$ 5,4 mil) mensais.

“Os clubes conspiraram para evitar ou inibir a competição no mercado de transferência de jogadores de futebol por meio de dois comportamentos: 1) imposição de limites máximos aos salários das jogadoras, o que ampliou ainda mais a diferença salarial entre jogadores de futebol feminino e masculino; e 2) segmentar o mercado de jogadores, estabelecendo um mecanismo que os impedisse de negociar e contratar livremente novas equipes”, explicou o órgão no comunicado.

Os jogadores mais jovens, da categoria sub-17, não recebiam salário, apenas um auxílio para educação e alimentação.

A federação mexicana enviou comunicados para “persuadir” os clubes a respeitarem os limites e verificou que estavam em conformidade, alegou o órgão.

A prática, que durou de novembro de 2016 a maio de 2019, constituiu um acordo colusório entre os clubes que tinha por objeto e efeito manipular preços – neste caso os salários dos jogadores – e impedir que os clubes concorressem para contratá-los por meio de melhores salários. Segundo o Cofece, isso “não só teve um impacto negativo em suas receitas, mas também teve como consequência o aumento da disparidade salarial entre homens e mulheres”.

Na temporada 2018/19, o acordo foi alterado e os tetos salariais foram fixados em 15 mil pesos (R$ 4,1 mil) mensais.

Os clubes multados e a FMF por uma década aplicaram o chamado “acordo de cavalheiros” por meio do qual os clubes mantinham o direito de reter jogadores mesmo após o término de seus contratos. Uma nova equipe teria que obter a autorização do clube atual de um jogador e, muitas vezes, pagar antes de contratá-la.

A FMF e a Liga MX (primeira divisão do campeonato mexicano) afirmaram em comunicado conjunto que o “acordo de cavalheiros” terminou em 2018 e os tetos salariais terminaram em maio de 2019.

O comunicado completo está disponível no site oficial do Cofece.

Crédito imagem: Tigres

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