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Fenômeno Free Fire, o futebol dos esportes eletrônicos

O Free Fire não cansa de bater recordes e romper barreiras.

A transmissão de uma partida beneficente do jogo mobile na última quinta-feira bateu o recorde de audiência de uma transmissão na Twitch.tv brasileira.

O amistoso entre os clubes LOUD e Pain Gaming foi capaz de alcançar 511 mil espectadores simultâneos. O desafio entre as equipes envolvia a equipe perdedora doar R$20 mil para uma instituição beneficente escolhida pelo vencedor.

O porquê do Free Fire ter essa popularidade e continuar crescendo no Brasil será explorado neste eSport Legal.

O Poder de Inclusão

O Free Fire é um jogo mobile que se tornou febre no Brasil por diversos fatores, mas talvez o mais importante deles, e o que o diferencia dos concorrentes Fortnite e PUBG, é a capacidade do jogo ser jogado em celulares mais antigos e/ou menos potentes.

O jogo pode ser comparado ao Futebol por conta do seu poder de inclusão social, ampliado mais ainda pelo momento de distanciamento social que o Brasil vive em razão da pandemia de Covid-19. Mas não só isso, seus ídolos são em sua maioria jovens da periferia, que passam a proporcionar uma vida mais confortável para sua família.

Parcerias de Sucesso

A Garena, empresa dona do jogo, também faz um ótimo trabalho de marketing a fim de engajar mais ainda seus jogadores já existentes e atrair mais jogadores.

Os embaixadores do Free Fire são com certeza uma das ativações mais bem-sucedidas no mundo dos games e esportes eletrônicos. Com embaixadores como o jogador de futebol Cristiano Ronaldo e o DJ Alok, ídolos no Brasil e no mundo, o jogo foi capaz de engajar com sucesso o público pretendido.

A ativação envolvendo os embaixadores não se resume apenas em fazer anúncio em coletiva, tirar algumas fotos e gravar alguns vídeos. Tanto o Alok quanto o Cristiano Ronaldo ganharam personagens próprios no game.

Com o Alok, a parceria rendeu um show dentro do jogo, uma música tema do campeonato mundial da modalidade, bem como uma apresentação de abertura do mundial. Já a parceria recém-anunciada com o CR7 deve guardar novidades.

 

O poder de mídia e engajamento

A capacidade do jogo gerar engajamento só possui um precedente: o futebol.

No entanto, o padrão de consumo do brasileiro mudou, a prioridade em ter uma TV grande na sala foi alterada para ter um smartphone capaz de acessar as redes sociais, assistir vídeos no youtube e acompanhar séries na Netflix, além de jogar.

Ao mesmo tempo, o futebol brasileiro não está envelhecendo bem e por vários motivos ainda não conseguiu se adequar ao ambiente digital, completo oposto do Free Fire, que nasce nesse ambiente.

 Para ver os efeitos causados pelos fatos narrados acima, basta comparar os números do perfil “oficial” (do time de futebol) do Corinthians e o perfil do time de Free Fire do mesmo clube:

Apesar de ainda haver uma diferença considerável no número de seguidores, há de se considerar dois outros fatores que fazem essa diferença se tornar mínima – ou pender para o lado do Free Fire:

  1. O investimento na imagem do time de futebol é esmagadoramente maior;
  2. O time de futebol é centenário, enquanto o time de Free Fire existe há menos de 2 anos.

É claro que o número de seguidores no Instagram não é a única métrica e talvez nem seja a mais importante delas, mas quando se percebe que o time de futebol com a segunda maior torcida do Brasil possui muito menos seguidores que a LOUD (clube de eSports citado no início do artigo), é possível perceber que ou o Futebol está errando ou o eSport está acertando. Ou os dois.

Aliás, este autor ousa dizer que o maior ídolo corintiano deste século não é o goleiro Cássio e sim Bruno “Nobru” Goes, bem como foi sua pior perda, visto que o jogador campeão mundial de 2019 pelo Corinthians recém deixou o clube para criar seu próprio time, a Fluxo.

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