A FIFPro, sindicato mundial dos jogadores profissionais, divulgou nesta segunda-feira (19) uma nota condenado as recentes declarações da Uefa e Fifa sobre banir jogadores das seleções por participarem da Superliga Europeia.
No comunicado, o sindicato destacou que o anúncio é reflexo de uma gestão em que “alguns usufruíram de poderes desproporcionais” e alertou para os riscos de uma nova competição de caráter separatista, que pode “causar danos irreparáveis”, principalmente aos jogadores.
Confira a íntegra do comunicado da FIFPro:
“A FIFPro tomou conhecimento da criação de uma nova ‘Superliga’ por 12 clubes europeus. Essa decisão deixa os jogadores e seus sindicatos com muitas preocupações e questões sobre seu impacto não apenas na estrutura e na identidade cultural do futebol, mas também na prática em suas carreiras. O futebol é construído sobre um patrimônio social e cultural único, o que não só lhe confere uma relação incomparável com seus torcedores, mas também criou o motor para divulgar o futebol profissional como nenhum outro esporte. Para que isso seja sustentado, é fundamental uma cooperação saudável e solidária entre as competições nacionais e internacionais. Uma nova competição minando isso pode causar danos irreparáveis.
É importante notar que a chegada do futebol europeu a este ponto de potencial ruptura é um reflexo de uma governança em que alguns gozaram de poderes desproporcionais e a maioria dos outros, incluindo aqueles que estão no centro do jogo – os jogadores, mas também os torcedores – são amplamente esquecidos.
As ameaças de uma competição separatista e as concessões subsequentes para reformar as competições europeias de futebol moldaram o processo de tomada de decisões durante anos. Essa dinâmica substituiu discussões transparentes e inclusivas sobre as oportunidades de reformas competitivas para todos os jogadores, torcedores, clubes, ligas e federações.
Os jogadores continuam a ser usados como alvos e alavancagem nessas negociações. Isso é inaceitável para a FIFPRO, nossas 64 associações nacionais de jogadores e os 60.000 jogadores que representamos. Iremos nos opor veementemente a medidas de qualquer um dos lados que impeçam os direitos dos jogadores, como a exclusão de suas seleções.
No melhor interesse dos jogadores e de toda a indústria, estamos comprometidos em trabalhar com todas as partes interessadas para tomar decisões que apoiem todos os níveis do jogo e reparem suas falhas existentes.”
Nos siga nas redes sociais: @leiemcampo
Nossa seleção de especialistas prepara você para o mercado de trabalho: pós-graduação CERS/Lei em Campo de Direito Desportivo. Inscreva-se!