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Flamengo e BRB: sociedade por trás de um patrocínio?

O presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, anunciou por meio de um vídeo na FlaTV que realizou a assinatura de contrato por três com seu novo patrocinador master, o Banco de Brasília (BRB). A instituição financeira estampará o local de maior valor no uniforme: o peito. A parceria precisa de cuidados em função da natureza jurídica do clube e as complexidades do setor financeiro.

O economista e consultor de gestão e finanças do esporte, Cesar Grafietti, fez ressalvas sobre o negócio:

“Esse formato é uma tentativa de viabilizar um negócio novo ao associá-lo a uma marca forte. Mas o setor financeiro é mais complexo do que parece, demanda tempo e o retorno não ocorre apenas ao abrir contas, como muitos supõem. Então, mesmo quem tinha expectativas muito grandes com os casos anteriores não parecem colher frutos muito maiores do que imaginavam inicialmente.”

Ao se associar a um time de futebol, o banco tem como objetivo aumentar a quantidade de clientes ativos utilizando-se da paixão pelo clube. Benefícios exclusivos para flamenguistas serão criados, como, títulos de capitalização para viagens que torcedores desejaram acompanhar o time.

No entanto, o formato do negócio divergiu a opinião de advogados especializados em esportes. Um clube sem fins lucrativos, pode se associar a um banco?

“Acho que esse formato será o futuro do futebol brasileiro, foi uma visão incrível do Flamengo e do BRB na questão de business. É algo excepcional, um banco regional que cria um produto digital com alcance para o Brasil e o mundo inteiro, ainda mais com esse potencial que é a torcida do Flamengo. Mas existe um grande problema. Como o Flamengo é uma associação civil sem fins lucrativos, não pode ser sócia de um banco.” analisou Maurício Corrêa, Presidente da Comissão de Direito Desportivo do IAB e colunista do Lei em Campo.

Para o advogado José Francisco Mansur a parceria não foi feita em formato de sociedade:

“Trata-se de um negócio de patrocínio sim, com remuneração variável pelos resultados obtidos em determinados produtos do patrocinador. O Flamengo não irá constar no contrato social do BRB e isso sequer seria possível. É um caso parecido com os clubes que estavam com o BMG. Não há empecilho jurídico algum.”

O contrato possui um valor mínimo fixado em R$ 35 milhões por ano, totalizando R$ 105 milhões em seu tempo total de duração, podendo ocorrer variações, com metas relacionadas a produtos e programas ofertados pelo banco por meio da plataforma digital.

Paulo Henrique Costa, presidente do BRB, afirmou em vídeo junto ao dirigente flamenguista, que o acordo faz parte de uma estratégia de crescimento digital da instituição:

“É uma iniciativa inédita. Quando todos pensaram que a gente patrocinaria o Flamengo, viemos com uma novidade que vai gerar lucros para os dois parceiros e, no caso do BRB, ajudar no crescimento do banco nacionalmente.”

Vale lembrar que Flamengo e BRB já possuem parceria no basquete desde 2019. O negócio garante que o time carioca mande alguns de seus jogos no Distrito Federal, como aconteceu em janeiro deste ano.

Parcerias entre bancos e clubes no futebol brasileiro, não são uma novidade. Em 2019, houve uma enxurrada de ações entre clubes de futebol e bancos digitais, como o Corinthians/BMG, Vasco/BMG, o próprio Flamengo com o BS2, entre outros.

O Conselho Fiscal e Deliberativo do Flamengo aprovaram por meio de votação recorde, o documento que detalhava o contrato com o BRB. O inicio da vigência do contrato está marcada para hoje, 1º de julho, e uma coletiva de apresentação deverá oficializar o negócio.

Por Gabriel Coccetrone

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